William Tonet na RTP África
A verdade dói mas só ela cura
WILLIAM TONET " O NOSSO CORONA VÍRUS CHAMA-SE MPLA"
Mbembu Buala TV A Voz de Cabinda
WILLIAM TONET "O NOSSO CORONA VÍRUS CHAMA-SE MPLA"
A afirmação é de William Tonet, jornalista e jurista angolano feita no Programa Causa e Efeitos da RTP África emitido ontem sexta-feira, 28 de Fevereiro de 2020.
Por José Kabangu
Fonte: avozdecabindambembubuala.com
Sendo um dos convidados ao programa em referência, onde analisou o escândalo "Luanda Leaks", que reportou alegados actos de corrupção da empresária angolana Isabel dos Santos, precisamente há dois meses.
Para além do tema central em questão o director do Folha 8 não deixou de apresentar também o seu ponto de vista sobre o programa do partido da situação em Angola (MPLA) do combate à corrupção, sobre a liberdade de expressão e de se fazer jornalismo fora dos órgãos públicos e de outras questões pontuais sobre Angola.
É preciso aqui lembrar aos menos atentos que o Jornal Folha 8 é um dos poucos periódicos em Angola que desde a sua fundação e principalmente nos últimos anos do consulado do Presidente José Eduardo dos Santos denunciou actos suspeitos de corrupção com coerência profissionalismo e independência.
Ao comentar o caso "Luanda Leaks", William Tonet disse que aprendeu-se muito pouco após a divulgação do dossier contra Isabel dos Santos principalmente pela falta do contraditório (tendo em conta que até hoje não se aferiu no geral à autenticidade do conteúdo tornado público), mas independentemente disso, o Chefe Indigna, admitiu que os resultados são desastrosos.
"Eu acho que se aprendeu muito pouco, mas houve resultados desastrosos"
Ao analisar o combate à corrupção William Tonet, deixou um recado às autoridades angolanas para que hajam resultados, as regras, as metodologias, as estratégias do jogo sobre o combate à corrupção deveriam ser alteradas tendo em conta as experiências das outras paragens do planeta terra.
"Não se pode dizer que se vai combater a corrupção com métodos antigos e com base em linhas que já foram ensaiadas e que não deram resultados"
E como primeira medida de alteração "recriação", apontou o saneamento do sistema judicial e judiciário.
"Não se pode combater a corrupção atrás das costas que a pessoa é vegetariana, mas continua a ser jacaré e apesar das algas marinhas o jacaré só se alimenta de carne"
No caso de Angola muitos dos actores contra corrupção de hoje, ontem fizeram parte do banquete e para uma verdadeira campanha de combate à corrupção, Tonet, entende que é preciso haver um pacto de regime para se higienizar a sociedade e as instituições públicas. O que traria uma mais valia no processo, mas como o MPLA é tão casmurro tenho reservas que acatará o apelo lançado pelo director do Folha 8.
"Em Angola fala-se de uma coisa age-se de outra forma e não se chega a ponto nenhum. Eu não acredito num combate à corrupção se não houver efectivamente primeiro um saneamento ao próprio sistema judicial que ontem dizia a mesma coisa com práticas diferentes e hoje diz coisa diferente porque não está o actor de ontem". O que é real!
Questionado sobre os casos em julgamento e já sentenciados sobre o combate à corrupção em Angola, William Tonel, foi perentório em dizer que o Ministério Público angolano tem estado a cometer erros crassos na instrução de alguns processos em curso. O que retira certa credibilidade ao sistema judicial e judiciário angolano. E que devem ser sanados com urgência como apontou.
Agora resta apurar como questionou e, bem o jornalista da RTP se esses erros do Ministério Público angola são erros premeditados ou próprio do exercício da actividade típica em questão.
Penso que o tempo se encarregará de nos dar essas e muitas outras respostas sobre esse melindroso processo que nos parece mais que é para o exterior ver!
Mas se os casos não derem nada?
A questão é pertinente! Só resta aguardar para ver!
Daí que concordo com William Tonet que Víbora não pode virar minhoca! E que a corrupção está centralizada num só partido e que o Corona vírus de Angola chama-se MPLA.
"Nós temos concentrado a corrupção num partido" " O problema em Angola a corrupção não é endémica é sistémica".
Sobre a liberdade de expressão em Angola na era do Presidente João Lourenço, William Tonet, considera que não mudou nada o que não deixa de ser verdade tendo em conta o comportamento da polícia angolana contra as tentativas de manifestações pacíficas se tomarmos como exemplo o que sucedeu na tomada de posse do novo presidente da comissão nacional eleitoral de Angola, onde até jornalistas não foram poupados.
Contudo, apesar de ser um caso a parte e específico, mas no Território de Cabinda quase que não há liberdade de nada e principalmente a de imprensa.
"Coordenador da MBEMBU BUALA PRESS
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