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sexta-feira, 23 de maio de 2014

Acordo sobre gás entre Rússia e China visto como vitória política de Putin

O Presidente russo aplaude o momento da assinatura pelos dirigentes da Gazprom e da CNPC
ALEXANDRE MARTINS 21/05/2014 - 14:46
Gazprom vai fornecer 38 mil milhões de metros cúbicos à China a partir de 2018. Acordo estava a ser negociado dez anos e envolve 400 mil milhões de dólares.

A Rússia e a China assinaram nesta quarta-feira um acordo histórico de fornecimento de gás que estava a ser preparado há uma década, mas que dificilmente pode ser separado da actual crise nas relações entre Moscovo e a União Europeia (EU).

Apesar de a EU continuar a ser o mercado mais importante para o gás russo, a abertura das portas na China permite à Rússia diversificar os destinos das suas exportações, o que também servirá para responder à vontade europeia de procurar novos fornecedores.

O acordo, assinado em Xangai pelos presidentes da gigante russa Gazprom, Alexei Miller, e da chinesa CNPC, Zhou Jiping, representa um negócio de 400 mil milhões de dólares (mais de 290 mil milhões de euros) - o maior alguma vez assinado pela empresa estatal russa.

Sob o olhar e os aplausos dos presidentes Vladimir Putin e Xi Jinping, os responsáveis pelas duas empresas selaram um acordo que permitirá à China garantir uma parte importante das suas necessidades energéticas para as próximas décadas - o consumo de gás natural do gigante asiático chegou aos 170 mil milhões de metros cúbicos no ano passado, mas dentro de seis anos esse valor deverá chegar aos 420 mil milhões.

O acordo assinado nesta quarta-feira prevê que a Rússia comece a fornecer à China 38 mil milhões de metros cúbicos por ano a partir de 2018, o que representa cerca de 25% dos mais de 160 mil milhões comprados pelos países da União Europeia em 2013.

A principal questão deste acordo é o preço por mil metros cúbicos, que nenhuma das partes quis revelar, com o argumento de que é um "segredo comercial", segundo o presidente da Gazprom, Alexei Miller.

Apesar disso, as estimativas feitas por analistas e pela generalidade dos media coincidem, incluindo os valores avançados pela estação de televisão Russia Today. De acordo com essas estimativas, o preço final rondará os 350 dólares (255 euros) por mil metros cúbicos – a média do valor pago pelos países da União Europeia e de 380 dólares (277 euros)

Este foi um dos pontos mais sensíveis durante as negociações, com a China a revelar mais argumentos para baixar o valor, em parte devido à necessidade da Rússia de diversificar as suas exportações por causa do afastamento do Ocidente causado pela crise na Ucrânia.

Para além disso, Pequim jogava também com a possibilidade de lançar um projecto nacional em Sichuan e de importar gás liquefeito dos Estados Unidos, segundo disse à agência Reuters o analista Gordon Kwan, do Instituto de Investigação Nomura, com sede no Japão.

Seja como for, a assinatura do acordo, ao fim de dez anos de negociações, foi destacada como "um acontecimento histórico" pelo Presidente russo, Vladimir Putin, e está a ser lido na Rússia como uma estrondosa vitória política.

"É, de facto, um acontecimento histórico para o sector do gás da Rússia e da União Soviética. É o maior contrato da história do sector do gás da antiga URSS", declarou Putin.

O Presidente russo admitiu que as negociações foram complicadas, mas disse que o resultado final, alcançado na madrugada de terça-feira (hora local), agrada a ambas as partes.

"Quero sublinhar que o trabalho foi muito duro. Os nossos amigos chineses são, na verdade, negociadores duros. Através de compromissos mútuos conseguimos chegar a um acordo não só aceitável como bastante satisfatório. Ambas as partes ficaram agradadas com o acordo alcançado em relação ao preço e a outros assuntos", disse o Presidente russo.

Barroso escreve a Putin

O anúncio do importante acordo motivou uma reacção imediata do presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, devida à importância que o fornecimento de gás russo tem para a economia do continente.

Mais do que o acordo com Pequim, foi a ameaça de Moscovo de cortar o fornecimento de gás à Ucrânia já no início de Junho que levou Bruxelas a tomar uma posição pública.

"Enquanto decorrerem as negociações a três [Rússia, Ucrânia e UE], o fornecimento de gás não deve ser interrompido. Conto com a Rússia para manter esse compromisso", escreveu Durão Barroso numa carta enviada ao Presidente russo.

No início da semana passada, Vladimir Putin escreveu a alguns líderes europeus, dando conta de que não tinha recebido nenhuma proposta concreta para o pagamento da dívida da Ucrânia à Rússia pelo fornecimento de gás - se a situação não fosse esclarecida, avisou o Presidente russo, as torneiras para o país vizinho iriam fechar-se, com naturais reflexos no fornecimento para os países-membros da UE que recebem gás através dos gasodutos instalados em território ucraniano.

Em causa está o pagamento de uma dívida de 3500 milhões de dólares (mais de 2550 milhões de euros) da Ucrânia à Gazprom. No início de Março, a UE comprometeu-se a ajudar a Ucrânia a saldar esta dívida, mas não será fácil superar o abismo que separa Kiev de Moscovo - o Governo interino ucraniano quer denunciar um contrato assinado em 2009 que obriga o país a pagar o preço mais elevado da Europa (485 dólares, ou 354 euros, por mil metros cúbicos), mas a Rússia exige que a Ucrânia comece a pagar a sua dívida antes de qualquer acordo.

Uma possível crise no fornecimento de gás este Verão teria menos impacto do que as outras disputas entre os dois países nos últimos 20 anos, que ocorreram durante o Inverno. Segundo o site EurActiv, que se dedica à publicação e análise de documentos da União Europeia, a intenção da Rússia é mostrar aos seus clientes europeus que o fornecimento de gás através do mar Negro é mais fiável, dando força ao projecto do gasoduto conhecido como South Stream.


Este gasoduto tem servido como uma espécie de teste à determinação da União Europeia para fazer frente à Rússia - em Abril, o Parlamento Europeu aprovou uma resolução não vinculativa para o cancelamento do projecto, mas governos como os da Bulgária e da Áustria continuaram a defendê-lo mesmo depois da anexação da Crimeia pela Rússia.

Por que a China está conduzindo um negócio duro com a Rússia sobre o gás

01:42HKT 19 de maio de 2014
ECONOMIA & NEGÓCIOS
 A visita de Estado à China, pelo presidente russo, Vladimir Putin, esta semana, alimentou especulações de que ambos os lados iriam finalmente chegar a um acordo para fornecimento de gás natural russo para a China após uma década de disputas.

Há uma grande quantidade de razões, mas, Pequim e Moscovo, finalmente, vão estar frente a frente. Mas uma análise da situação mostra que ainda existe muito espaço para discordarem.

A China e Rússia assinaram antes acordos não vinculativos – os mais notavelmente em 2009 e em 2013 - onde foram eliminados detalhes que incluíam a construção de um gasoduto para transportar 38 bilhões de metros cúbicos de gás por ano para a China a partir de campos no leste da Sibéria. No entanto, nenhum dos lados já chegaram a acordo sobre os preços.

Analistas dizem que Pequim e Moscovo nunca estiveram tão perto de um acordo. A Rússia precisa de clientes de energia devido ao seu impasse com o Ocidente sobre a Ucrânia. A China precisa para atender às crescentes necessidades de energia e reduzir a dependência do carvão poluente. No início deste ano, a China elevou a sua meta para o consumo de gás natural - tanto quantos 420,000 milhões de metros cúbicos por ano até 2020, acima dos 170 bilhões de metros cúbicos em 2013.

Este é o momento em que, finalmente, há uma convergência de interesses", disse Michal Meidan, um consultor independente na geopolítica da energia. "No passado, a China estava a olhar para a Rússia, enquanto a Rússia estava a olhar para a Europa e vice-versa. Ambos os lados estão finalmente olhando para o outro."


Um avanço nas negociações seria à Rússia, finalmente, oferecer à China uma participação accionária nos seus campos de gás no leste da Sibéria, dizem analistas.
OAO Gazprom [OGZPY -1,73%], a empresa de gás natural da Rússia, tem sido tradicionalmente contra.

No entanto, o gigante do petróleo Estatal russo OAO Rosneft anunciou um acordo no ano passado com a China National Petroleum Corp para desenvolverem, conjuntamente, enormes reservas de energia no leste da Sibéria. Sob esse acordo, a CNPC deteria uma participação de 49% numa joint-venture que iria desenvolver os campos.

"Seria um marco se a Rússia permitisse à China possuir uma participação num campo de gás em vez de apenas comprar o gás", disse Gordon Kwan, diretor regional de pesquisa de petróleo e gás da Nomura.

Rob Patterson, um “partner” do escritório de advocacia Vinson & Elkins, com sede em Moscovo, disse que a Rússia tomou uma atitude mais aberta em direção a investimentos chineses e agora vê a China como um dos principais clientes para os seus recursos naturais e de produtos petrolíferos a jusante.

"Temos visto os chineses cada vez mais confortáveis com o ambiente da Rússia", disse Patterson, que representou as empresas de energia chinesas, analisando ofertas russas. "Politicamente, eles se tornaram muito mais amigáveis, e o relacionamento tem certamente descongelado ao longo dos últimos cinco anos, e impulsionado principalmente por laços de negócios."

Então, se o estágio parece pronto para uma coisa, o que poderia parar o show?

Para começar, o tempo está a favor da China. A Rússia chega à mesa com menos opções do que nunca, graças ao aumento da desvinculação com o Ocidente e flacidez procura por gás natural na Europa Ocidental. A China, por sua vez, começou a importação de gás natural através de gasodutos de Mianmar e também tem acordos em vigor com Qatar, Austrália, Indonésia e Malásia para a importação de gás natural liquefeito - a forma refrigerada e exportável do combustível de queima mais limpa.

"A China tem trunfos negociais muito fortes contra a Rússia", disse James Henderson, um pesquisador sénior do Instituto Oxford para Estudos Energéticos. "O gás na Sibéria oriental está preso, e não está para sair para qualquer lugar, senão para a China."

Os preços pedidos pela China podem ser inaceitáveis. A China pagou cerca de US$10 por milhão de unidades térmicas britânicas, ou milhão de BTUs, no âmbito de um contrato de gás com o Turquemenistão, que é o seu maior fornecedor estrangeiro, e é bem possível que a Chins queira fazer um acordo semelhante com a Rússia.  
No entanto, analistas observam que esse nível é inferior a um preço médio de US$12 por milhão de BTUs que para a Gazprom seria necessário para assegurar a sua rentabilidade, dizem.
Isto tem a ver com um excesso de oferta de gás global. Os preços para o gás na América do Norte estão por volta dos US$4 por milhão de BTUs. A China não vai obter estes preços por causa que o gás não pode ser facilmente transportado através do Oceano Pacífico. Mas ilustra o ambiente de baixo preço que informa de Pequim.


Sr. Patterson disse que há provavelmente outras questões além do preço que ainda precisam ser forjada. China provavelmente vai querer trazer para a discussão a rota de entrega do gasoduto, enquanto a Rússia provavelmente vai querer China para ajudar a financiar o gasoduto e outras infra-estruturas relacionadas com bilhões de dólares em pagamentos antecipados.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Com as eleições a chegar, separatistas matam 13 soldados ucranianos

Soldados ucranianos na cidade de Vohovakha, onde morreram pelo menos 13 militares
CLARA BARATA 22/05/2014 - 17:58
NATO diz que há sinais de que russos podem estar a retirar algumas das tropas que mantêm junto à fronteira com a Ucrânia.

A três dias das eleições presidenciais na Ucrânia, o poder provisório de Kiev sofreu de novo pesadas perdas militares no Leste do país, onde continua a infrutuosa missão para desarmar os separatistas: pelo menos 13 soldados ucranianos foram mortos em ataques de milícias pró-russas, nas regiões de Donetsk e Lugansk.

Pelo menos 12 soldados foram mortos em Volnovakha, a cerca de 20 km para sul da cidade de Donetsk, avançou o Ministério da Defesa de Kiev, que anunciou ter sido repelida também uma tentativa de entrada em território ucraniano de homens armados provenientes da Rússia.

“O objecto [dos separatistas] era atacar a cidade de Volnovakha. As nossas tropas defenderam a cidade... Mas lamentavelmente, sob fogo de morteiros e lança-granadas, os nossos rapazes foram mortos”, anunciou o Presidente Oleksander Turchinov. Registaram-se ainda 18 feridos, pelo menos.

Em Lugansk, guardas fronteiriços dizem ter repelido uma incursão a partir de território russo por dezenas de homens armados com lançadores de granadas e espingardas e há pelo menos um morto e vários feridos.

De acordo com a ONU, pelo menos 127 pessoas - militares ucranianos e separatistas pró-russos - morreram nos confrontos violentos no Leste do país entre 13 de Abril e 16 de Maio. Em resultado destas mortes, Kiev pediu uma reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas, do qual a Rússia é um membro permanente, com a direito de veto. Mas o primeiro-ministro ucraniano, Arseni Iatseniuk, diz estar pronto a apresentar provas do que ele diz serem as tentativas de Moscovo “para potenciar o conflito”.

O ministro da Energia de Kiev denunciou ainda aquilo a que chamou “ataques de terroristas” contra quatro minas de carvão do grupo Lysychanskvuhillya no Leste da Ucrânia, que obrigaram à suspensão da produção. Os atacantes exigiam que lhes entregassem explosivos, indica a AFP, citando um comunicado do ministério.

Os separatistas de Donetsk e Lugansk - que declararam a independência - prometeram impedir as eleições de 25 de Maio, o que poderá impedir o acesso às urnas a dois milhões de eleitores. Já o Governo Provisório, para tentar garantir que as eleições de domingo decorrem com segurança, anunciou que estarão no terreno 55 mil polícias e 20 mil voluntários.

Mas as condições são precárias para que haja uma votação em segurança. A Rússia anunciou esta quinta-feira ter movido algumas das 40 mil tropas que tem concentrado junto à fronteira com a Ucrânia e, pela primeira vez, o secretário-geral da NATO, Anders Fogh Rasmussen, deu uma cautelosa confirmação de que de facto se pode estar a assistir a uma ligeira retirada dos russos. “Vimos uma limitada actividade militar que pode sugerir que algumas destas forças se estão a preparar para retirar”, escreveu no Twitter. Ainda assim, é uma concentração “muito grande” de tropas, comentou o comandante supremo da Aliança Atlântica na Europa, general Philip Breedlove.

Rússia diz que eleições na Ucrânia podem “agravar diferenças no país”

Moscovo diz que o acordo de Genebra não está a ser cumprido
ALEXANDRE MARTINS 20/05/2014 - 17:15
Moscovo volta a exigir o fim das operações do Governo interino de Kiev contra as milícias separatistas no Leste da Ucrânia.

A Rússia voltou a dar sinais de que poderá vir a rejeitar os resultados das eleições presidenciais na Ucrânia, marcadas para o próximo domingo, 25 de Maio. No final de uma reunião com o embaixador do Reino Unido na Rússia, Tim Barrow, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Grigori Karasin, afirmou que a realização de eleições "sem o fim imediato das hostilidades” servirá apenas para “agravar as diferenças no país”.

O responsável repetiu os argumentos apresentados por Moscovo desde o início da tomada de edifícios administrativos e governamentais em várias cidades do Leste da Ucrânia por separatistas pró-russos, em Abril, denunciando o que considera ser o falhanço no cumprimento do acordo alcançado em Genebra, também no mês passado.

O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia salientou a importância do plano elaborado pela Organização para a Segurança e Cooperação na Europa para pôr fim às hostilidades e da necessidade de o Governo interino de Kiev promover reformas constitucionais.

No acordo celebrado em meados de Abril entre o Governo de Kiev, os Estados Unidos, a União Europeia e a Rússia, foi decidido que "todas as partes devem pôr fim a qualquer tipo de violência, intimidação ou acções provocatórias" - neste sentido, Moscovo considera que as autoridades de Kiev devem também travar a sua operação no Leste da Ucrânia contra as milícias separatistas pró-russas antes das eleições presidenciais.

O texto do acordo refere ainda que "o anunciado processo constitucional será inclusivo, transparente e responsável. Incluirá o estabelecimento de um diálogo nacional abrangente, alcançando todas as regiões e círculos políticos da Ucrânia, e permitirá o envio de comentários públicos e propostas de emendas".

"Sem que estes acordos sejam postos em prática, e o sem o fim imediato das hostilidades pelas unidades do exército [ucraniano] no Sudeste, as eleições de 25 de Maio apenas vão agravar as diferenças no país", declarou nesta terça-feira Grigori Karasin, citado pela agência Reuters.

No dia 7 de Maio, o Presidente russo Vladimir Putin, apelou ao adiamento do referendo nas regiões de Donetsk e Lugansk – que viria a ser realizado sem nenhum reconhecimento oficial - e disse que as eleições presidenciais de 25 de Maio poderiam ser "um passo na direcção certa".


Mas Putin insistiu também na necessidade de as tropas de Kiev deixarem de lançar operações no Leste da Ucrânia, o que as autoridades de Kiev têm negado, com o argumento de que estão a combater "terroristas".

Oligarca ucraniano enfrenta separatistas com apelo a protestos contra “banditismo e pilhagens”

Trabalhadores metalúrgicos em Mariupol de empresas de Akhmetov, manifestaram-se pela paz
ALEXANDRE MARTINS 20/05/2014 - 14:31 

Depois de meses de espera, o multimilionário Rinat Akhmetov parece estar decidido a lutar contra as milícias pró-russas no Leste do país.

Se ainda havia dúvidas sobre o posicionamento do homem mais rico da Ucrânia no conflito que ameaça levar o país para a guerra civil, elas foras esclarecidas nesta terça-feira. O oligarca Rinat Akhmetov pediu aos seus 300.000 trabalhadores que organizem protestos contra os responsáveis pelo “derramamento de sangue”, a “pilhagem” e o “banditismo”, incluindo “a auto-intitulada República Popular de Donetsk”.

Em resposta, o autoproclamado líder dos separatistas pró-russos, Denis Pushilin, anunciou que vai nacionalizar as empresas de Akhmetov, acusando “os oligarcas [da região] do Donbass” de se terem recusado a pagar impostos à entidade criada depois do referendo de 11 de Maio, e que não foi reconhecida por nenhum país - os líderes russos evitaram usar a expressão "reconhecimento" nas reacções aos resultados da consulta popular e têm frisado que não receberam qualquer pedido oficial para a integração da autoproclamada república na Rússia.

Num anúncio perante os jornalistas, Pushilin disse que o conselho supremo da República Popular de Donetsk (RPD) iniciou “o processo de nacionalizações de activos no país”, incluindo o império de Akhmetov nas regiões de Donetsk e Lugansk. O líder dos separatistas acusou ainda Rinat Akhmetov de ameaçar os seus trabalhadores com o despedimento se não participassem nas manifestações.

"Devido à relutância dos oligarcas regionais em pagar impostos à RPD, decidimos iniciar o processo de nacionalizações", lê-se na conta oficial no Twitter da República Popular de Donetsk.

Na mesma rede social, a RPD apela à união dos seus apoiantes, afirmando que “os oligarcas do Donbass declararam guerra” contra os separatistas, numa referência a Rinat Akhmetov.

Para além do apelo do oligarca ucraniano aos aos trabalhadores da gigante Metinvest, Rinat Akhmetov pediu ytambém “a todos os automobilistas e a todos os patriotas da região que se juntem aos protestos”.

Num vídeo publicado nesta terça-feira no YouTube, e partilhado no Twitter pelo movimento Euromaidan (um dos protagonistas das manifestações que levaram à queda do Presidente Viktor Ianukovich), ouve-se um coro de buzinas nas ruas da cidade de Donetsk. 
Rinat Akhmetov falou ao país através da sua estação de televisão

A importância da economia
O homem mais rico da Ucrânia enterrou definitivamente as suas indecisões em relação ao conflito no país, que ainda lhe valem o estatuto de persona non grata da Praça da Independência, em Kiev. Depois de anos ao lado do Presidente Viktor Ianukovich, como apoiante e financiador do seu Partido das Regiões, Rinat Akhmetov foi esperando para ver de que forma o clima de guerra civil influenciava os seus negócios, em particular a sua Metinvest, uma das cinco maiores fabricantes de aço do mundo.

Depois de na semana passada ter mobilizado vários milhares de trabalhadores para patrulharem, desarmados, as ruas da cidade de Mariupol, na companhia dos agentes da polícia fiel ao Governo interno de Kiev, o oligarca ucraniano dirigiu-se ao país na noite de segunda-feira, através da sua estação de televisão Ucrânia TV.

“Não permitirei que o Donbass seja destruído. Nasci aqui e vivo aqui. É por isso que apelo à união de todos na nossa luta: por um Donbass sem armas! Por um Donbass sem máscaras! Por um Donbass com um céu pacífico”, declarou Rinat Akhmetov.

Sem paz nas ruas das várias cidades ocupadas pelos separatistas pró-russos desde o início de Abril, é muito mais difícil garantir o futuro das suas empresas e, em consequência, a manutenção de centenas de milhares de postos de trabalho.

Na semana passada, quando os trabalhadores da Metinvest conseguiram desalojar os separatistas pró-russos de Mariupol, o director-geral de uma das empresas de Akhmetov, Iuri Zinchenko, disse à agência Reuters que “ninguém quer que a região de Donetsk se transforme numa espécie de zona cinzenta, sem reconhecimento internacional”, numa alusão ao facto de o império do aço do oligarca ucraniano depender das exportações.

Na mais recente comunicação ao país. Rinat Akhmetov (também presidente de um dos mais populares e bem sucedidos clubes de futebol da Ucrânia, o Shaktar Donetsk) lembrou a importância da paz para a economia da região Leste.

“As cidades são palco de banditismo e de pilhagens.
Há pessoas a andar por aí com armas e lança- granadas. Isto representa uma vida pacífica? Uma economia forte? Bons empregos e salários? Não!”, afirmou o multimilionário.

Luta dos separatistas é “contra a região”
A causa directa da comunicação de Akhmetov foi a ameaça por parte de milícias separatistas pró-russas contra “pessoas pacíficas”, que tentaram manifestar-se “numa acção pacífica” em Mariupol, na segunda-feira.

“Contactei imediatamente os responsáveis das nossas fábricas e pedi-lhes que suspendessem a participação no protesto pacífico. Porque a vida humana é o maior valor, e eu nunca permitirei o derramamento de sangue. Pedi que suspendessem a manifestação; que suspendessem, e não que parassem. Porque se pararmos, o derramamento de sangue vai continuar no Donbass”, disse Akhmetov.

Em seguida, lançou um ataque directo aos líderes dos separatistas pró-russos no Leste da Ucrânia: “Não nos deixaremos amedrontar. Não teremos medo de ninguém, incluindo da auto-proclamada República Popular de Donetsk. Digam-me, por favor, se alguém da região de Donbass conhece sequer um representante desta República Popular de Donetsk. O que é que eles fizeram pela nossa região, que postos de trabalho criaram? Andar pelas cidades do Donbass com armas nas mãos defende os direitos dos habitantes de Donetsk frente ao Governo central? A pilhagem nas cidades e o sequestro de cidadãos pacíficos é uma luta pela felicidade da nossa região? Não, não é! É uma luta contra os cidadãos da nossa região. É uma luta contra o Donbass. É o genocídio do Donbass!”, acusou o oligarca ucraniano.


Rinat Akhmetov quer as pessoas nas ruas e as sirenes das fábricas a tocar até que a paz regresse à região, num apelo feito a apenas cinco dias das eleições presidenciais na Ucrânia, que serão o grande teste à transição política no país.

Milionário Akhmetov acusa separatistas de “aterrorizar” o Leste da Ucrânia

Um membro das milícias separatistas pró-russa em patrulha numa rua de Kramatorsk
ALEXANDRE MARTINS 21/05/2014 - 13:35 

Numa nova declaração pública, o homem mais rico da Ucrânia chama "impostores" aos líderes da autoproclamada República Popular de Donetsk e diz acreditar que eles serão "corridos muito em breve".

O homem mais rico da Ucrânia, Rinat Akhmetov, lançou nesta quarta-feira um novo ataque contra os separatistas pró-russos que lideram a autoproclamada República Popular de Donetsk, no Leste do país, acusando-os de serem uns "impostores" que estão a "aterrorizar" toda a região.

"Quem são eles? O que são estas pessoas? De onde é que estes 'génios' saíram? Onde estavam eles ontem?, questionou o oligarca numa nova comunicação através do seu canal de televisão, a Ucrânia TV.

"É minha convicção que a República Popular de Donetsk está a enganar o povo do Donbass", disse Akhmetov, referindo-se à região que integra as províncias de Donetsk e Lugansk, e onde as milícias separatistas pró-russas ocupam vários edifícios administrativos e governamentais desde o início de Abril.

Depois de ter mobilizado os trabalhadores das suas fábricas para patrulharem e limparem as ruas da cidade de Mariupol, na semana passada, o oligarca apelou a todos os seus cerca de 300.000 assalariados - mas também à generalidade dos habitantes do Leste do país - que se manifestem contra a violência, em especial contra "a auto-intitulada República Popular de Donetsk".

"Em primeiro lugar, quero expressar a minha mais profunda gratidão a todas as pessoas que participaram na acção Voz do Donbass", disse Rinat Akhmetov nesta quarta-feira, numa referência aos protestos de terça-feira, cuja expressão tem sido ridicularizada na conta oficial do Twitter da República Popular de Donetsk - um vídeo partilhado na terça-feira mostra o estádio do clube de futebol Shaktar Donetsk, presidido por Akhmetov, com poucas pessoas nas bancadas para ouvirem as palavras do oligarca.

Mas nas redes sociais foram também partilhados vídeos de automobilistas a buzinarem nas ruas de Donetsk, em resposta ao apelo do multimilionário.

"Sei que muitos mais queriam participar, mas foram intimidados com pistolas e metralhadoras. Foram destruídos carros... Em resumo, eles agiram como selvagens. Mas estou profundamente convencido de que não é possível alimentar as pessoas com armas, nem é possível construir uma economia forte sem bons postos de trabalho e salários”, afirmou nesta quarta-feira Rinat Akhmetov.

Não são ainda claros todos os motivos que levaram o oligarca a interferir directamente na crise, mas não há dúvidas de que a falta de reconhecimento internacional da República Popular de Donetsk iria deixar o seu império em risco - a questão não é tanto se Akhmetov apoia incondicionalmente as autoridades de Kiev, mas os danos que os seus negócios sofreriam se o resto do mundo deixasse de importar os seus produtos devido à previsível aprovação de sanções internacionais.

Também por isso, o oligarca aposta no reforço da sua imagem junto da população, e já não cala as críticas violentas aos separatistas pró-russos.

"Eu tenho servido e vou continuar a servir o povo do Donbass. O povo do Donbass está no meu coração para sempre! Mas essa cambada de impostores que está a aterrorizar o Donbass... Estou convicto de que serão corridos daqui para fora muito em breve", afirmou.

Esta é a terceira declaração pública do oligarca ucraniano na última semana, num sinal de envolvimento directo na crise do país que tentara evitar desde as primeiras manifestações contra o Presidente Viktor Ianukovich, em Novembro do ano passado.


Com o desenrolar da situação no terreno, Akhmetov tem-se chegado cada vez mais às posições dos manifestantes que ajudaram a derrubar o antigo chefe de Estado através de violentas manifestações na Praça da Independência, em Kiev, apesar de continuar a ser malvisto entre o chamado movimento Euromaidan por ter sido apoiante e financiador do Partido das Regiões de Viktor Ianukovich, e por não ter assumido uma posição clara desde os primeiros momentos da mais recente revolução na Ucrânia.

terça-feira, 20 de maio de 2014

Rússia está deslizando rapidamente para a pobreza

Assessor presidencial Sergei Glazyev 
O caminho é o auto-isolamento que vai afectar a Rússia as indesejáveis sanções ocidentais.
Assessor presidencial Sergei Glazyev plano radical proposto ao governo.
 Notícias rbcdaily.ru
Opinião: A exclusão económica vai levar a Rússia à pobreza de emergêrncia
Alexei Bayer, Observador da Revista Pesquisa Económica, New York 
11:44  -  28/04/2014

Assessor presidencial Sergei Glazyev propôs um plano radical para proteger a economia russa das sanções ocidentais: fechar a economia do resto do mundo para abandonar o dólar, as contas em moeda russa congeladas.

Se a um par de meses atrás, estas propostas pareciam sem sentido, agora elas serão seriamente consideradas pelo Conselho Nacional Financeiro e pelo Ministério das Finanças que deu ordens aos seus departamentos para analisar cada uma das 15 ideias radicais de Glazyev.

Tenter imaginar como a Rússia viverá numa economia fechada do mundo exterioor - um sistema que os economistas chamam de despotismo.

Não é difícil de imaginar, especialmente nas pessoas mais velhas, porque o despotismo existia na União Soviética. Um país que tentava produzir tudo exclusivamente por si própria, para não depender de um Ocidente hostil.

A União Soviética provou ao longo da sua história, que o despotismo só é possível num nível primitivo e de curta duração. Como a teoria económica comprova a experiência da URSS e da Coreia do Norte, o despotismo existe há mais de 50 anos, o caso termina com uma escassez generalizada, a fome e, como resultado - a reestruturação do sistema económico.

Para quem não se lembra: a economia soviética operava num círculo fechado. Foi extraído carvão e minério e minério do aço fundido, maquinaria para a fabricação de aço para o carvão e para o minério. Isto, claro, um pouco exagerado, mas nas últimas décadas da União Soviética quase todos os setores da sua economia foram menos eficazes do que os concorrentes internacionais.

Para reviver o despotismo teve que se cancelar todas as realizações da economia de mercado na Rússia e fechar as fronteiras. Ao mesmo tempo, tivemos de perceber que a transição para uma economia isolada, não só em si própria exigiria uma quantidade de dinheiro, mas, por definição, tornaria que todos os bens no país fossem muito mais caros.

Do ponto de vista da eficiência económica dos custos de produção de qualquer produto no despotismo são muito mais elevados do que comprar no mercado mundial. Numa economia de mercado, com a abertura das fronteiras é muito mais rentável para vender um barril de petróleo, e as receitas de US$100 para comprar os produtos certos em outros países. Se os mesmos US$100 forem usados para organizar a sua própria produção, obviamente, que não seriam suficientes.

Uma das principais realizações do colapso pós-soviético foi a ineficiência da fabricação soviética na reorientação da economia nas exportações e importações. A receita de venda de recursos retornaram à Rússia e pagaram a importação de inúteis fábricas que foram convertidas em centros comerciais e habitação de luxo.

Este esquema simples foi significativamente mais produtivo do que a economia soviética: o mesmo barril de petróleo tem aumentado significativamente o bem-estar geral. Portanto, do ponto de vista económico, será muito mais eficiente continuar a vender petróleo e a importar a maior parte dos bens. Se a produção de todos os bens fosse desejado de novo na Rússia, o país tornar-se-á muito mais pobre.

Além disso, vivemos numa civilização de 80 anos atrás, quando a Rússia começou a industrialização e a transição para a auto-suficiência. Produção própria agora será ainda mais desfavorável facto do que no século passado.

A Revolução Industrial criou a máquina para intensificar ou substituir o trabalho físico. E a revolução da informação, uma nova etapa da intensificação industrial pi mesmo substitui "processos mentais" - cálculos, comunicação, resultado do processamento da gestão, a produção no século XXI significativamente mais barata graças à tecnologia da informação.

Parece que agora se pode comprar a maquinaria moderna do Ocidente e barata para organizar a nossa própria produção de tudo, ter conseguido o despotismo cobiçado. Mas, na realidade, é impossível agarrado hoje à inovação tecnológica e produção eficiente poder actualmente corrigir, apenas dando aos donos da produção e gestão de tecnologias de inovação (ou seja, estrangeiras) para investir na economia. Tal como ocorre na indústria automobilística russa, ou na China.

A alta rentabilidade e o maior valor adicionado hoje estão concentrados no "cérebro" do processo industrial. China está bem ciente e tentando fugir da produção em inovação.

Porque no século XXI para ser um produtor de mercadorias - é uma posição perdedora, porqu a produção está gradualmente se tornando mais e de mai baixa rentabilidade de ocupação. Mesmo a mão-de-obra barata e a tolerância de desperdício na produção cessa e será uma  vantagem competitiva, como as máquinas substituiem as pessoas, e torna-se uma produção sem resíduos. Futuro - para a inovação.

Mas no mundo da inovação não existem limites. Inovação do Despotismo montada. Exemplo de uma nação inovadora de sucesso - Israel (onde, aliás, uma série de "startups" fundados por imigrantes da URSS). Mas Israel tornou-se num país de inovação, precisamente porque está completamente reunidos com o Silicon Valley. Por outras palavras, criando na oposição directa do despotismo.

Provavelmente para completar o isolamento da Rússia não virá - mesmo de acordo com Glazyev Rússia deve abandonar apenas a negociação com os países da OTAN. Exportações e importações se deslocarão para outros parceiros comerciais - China, Índia, Brasil, Egipto, Irão, Cazaquistão e Bielorússia.

Mas a decisão de se isolarem e para isso "fazer amigos seletivamente" com países amigos de espírito - é uma perda de tempo precioso com tendências negativas no mercado de energia.

A revolução tecnológica criou a ameaça à sobrepopulação. Aqui e novos campos de exploração mais intensiva da revolução de xisto existentes e, de perfuração em águas profundas, e de energia "verde", os progressos na redução do consumo de energia.

Enquanto a Rússia ameaçou transferir petróleo e gás para a China (Não ter alcançado nenhum acordo claro e a construção de infra-estruturas?, os seus concorrentes estarão a um ritmo elevado para deslocar a energia russa do mercado europeu. As sanções contra a Rússia, vão ajudar muito nisso. Um ganho de novos mercados é mais difícil e caro, especialmente num excesso de mercados. Assim o barril de petróleo russo em breve não será tão fácil de vender.

O encerramento ao mundo ocidental, a Rússia estará a mover-se em direção à pobreza: mercadorias para exportação serão mais difíceis de vender (menos proveitos), e a criação da sua própria produção, o sistema financeiro isolado e mudar para nobos mercados exigem grandes cistos e reduzem drasticamente a eficiência da economia. Assim a política de auto-isolamento vai afectar a Rússia pelas indesejáveis sanções ocidentais.
ECONOMIA:
Opinião: O público não deve confiar na moeda
O assessor do presidente da Rússia, Sergei Glazyev Ministro das Finanças propôs um plano de proteção da economia russa pelas sanções por parte dos países da OTAN, no jornal "Vedomosti". Para isso, ele considera que é necessário a des-dolarização da economia russa, e as mudanças devem afectar as operações financeiras no setor público e as empresas privadas e até mesmo as pessoas.

O Estado deve retirar todos os bens e contas em euros e dólares dos países da OTAN em “standby” e tomar a venda em antecipação dos títulos em dívida à NATO. Ao mesmo tempo, reduzir os instrumentos em dólares e livrar-se dos títulos do governo dos países que manifestaram apoio às sanções contra a Rússia, deveria o Banco Central da Federação Russa.

Seguindo as ideias de Glazev precisa reduzir a dependência da economia dos depósitos em dólares, em particular, limitar a posição da moeda nos bancos comerciais - o que irá impedir a especulação contra o rublo e a fuga de capitais. Os bancos também terão de criar um 100% de reservas cambiais em dívida dos não-residentes. Empresas estatais e bancos estatais devem ser capazes de substituir os empréstimos dos bancos ocidentais do rublo russo.

Além disso, o autor da opinião acha necessário realizar sessões de esclarecimento com a população, que não olha para a moeda. De acordo com o assessor da presidência, é impraticável, os passivos em moeda estrangeira nos bancos comerciais com sanções que também serão congeladas.

Glazyev propõe passar as moedas nacionais da Rússia e dos países da União Aduaneira e de outros parceiros não-dólar e europeus.

A implementação destas propostas voltará a Rússia para o modelo soviético, diz HSBC economista-chefe Alexander Morozov, porém, mesmo assim, as reservas do Banco Central investidos em títulos estrangeiros. O papel do rublo nos cálculos não aumentam por causa das restrições, e será reforçada se a economia tiver uma inflação baixa e a confiança dos investidores, diz ele.

As ideias de Glazev são utilizados como um testador que oferece o bloco liberal: se Siluanov Gref ou Kudrin encontrarem argumentos convincentes contra, disse ao "Vedomosti" uma fonte do Kremlin. Não se deve superestimar o impacto Glazyev, nem deve ser subestimado, resume o funcionário federal: Putin, por vezes, refere a sua opinião nas reuniões.

“Sergei Glazyev propõe a imposição de sanções à Rússia do que às indesejáveis sanções do Ocidente”, - comentadas as propostas do conselheiro presidencial no seu microblog no Twitter pelo ex-ministro das Finanças, Alexei Kudrin.

Lembre-se que, em meados de março de 2014. Sergei Glazyev foi incluído pelos EUA na lista de pessoas cujas contas e ativos nos EUA para ser bloqueado, e estão proibidas de entrar no país.

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Opinião : Europa perederá € 1 trilhão, devido às sanções contra a Rússia
No caso da introdução de sanções da UE contra a Rússia, a própria Europa vai sofrer danos imensos, afirmou conselheiro presidencial russo Sergei Glazyev em entrevista Russia Today.
"A grande questão é, contra quem são dirigidas as sanções em termos de danos máximos. Se os americanos vão tentar implementar um modelo que tem sido aplicado para o Irão -. E é quase fora do país a partir do sistema financeiro global na parte do dólar e da parte do euro - que, de acordo com as nossas estimativas, a perda na União Europeia pode chegar a € 1.000.000.000.000, "- disse autor.
De acordo com o conselheiro do presidente russo, os EUA poderiam considerar a opção de desestabilização do sistema financeiro europeu, e é - um grande jogo geopolítico à iminência da Segunda Guerra Mundial.
"A Alemanha vai ter danos máximos de - 200 bilhões de euros, mas o forte dano colateral será causado, por incrível que pareça, a Ucrânia, os interesses dos quais estão tão aflitos, e os Estados bálticos, que se comportam mais agressivamente" - prevê o economista. Enquanto os países do Báltico afetados por um montante comparável aos seus PIB, como toda a economia dos países bálticos - um trajecto, disse ele.
"Assim estas sanções para Europa - é um suicídio económico", - disse o autor. Ele acrescentou que as empresas europeias compreenderam muito bem, mas surpresas com a posição dos midia europeus: "Como um “branch” dos americanos. Nem só os americanos, e um “branch” de falcões muito cruéis."
Sergei Glazyev incluído na lista de funcionários russos em relação aos quais a UE impôs sanções em resposta às ações de Moscou na crise ucraniana.
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Na véspera o secretário das Relações Exteriores Britânico, William Hague, disse que a Europa deve preparar mais duras sanções económicas contra a Rússia. "Nós não vimos uma desescalada real por parte da Rússia, porque a Europa não deve relaxar no processo de preparação de uma terceira rodada de sanções, deixando claro que estamos prontos para dar uma resposta forte e unificada", - disse o chefe do Ministério das Relações Exteriores.