Blog de análise, discussão, sobre assuntos de Economia, Mercados, Finanças e Política Nacional e I

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sábado, 8 de fevereiro de 2014

Fosun compromete-se a ficar na Caixa Seguros “longo prazo”

DIANA INÁCIO MENDES 07/02/2014 - 15:23


Foi assinado nesta sexta-feira o contrato de venda directa da Caixa Seguros à sociedade de capital d risco chinesa Fosun.
http://www.publico.pt/multimedia/video/governo-formaliza-venda-de-80-da-caixa-seguros-a-fosun-20142714261 
http://www.publico.pt/multimedia/video/parceria-com-a-fosun-com-potencial-para-estenderse-a-outras-areas-20142712060
A privatização do negócio de seguros da Caixa Geral de Depósitos (CGD) foi formalizada nesta sexta-feira, depois de o Governo ter aprovado em Janeiro a proposta da Fosun International Limited, num negócio superior a mil milhões de euros. A companhia chinesa promete “cooperação de longo prazo”.

Com a compra de 80% da Fidelidade, da Multicare e da Cares pelo grupo chinês, o Estado totalizou encaixe de 1209 milhões de euros. As receitas com esta privatização vão chegar, no entanto, a 1264 milhões de euros, já que outros 55 milhões serão arrecadados com a oferta pública de venda de 5% da Fidelidade, destinada aos trabalhadores. Se a procura não abranger a totalidade da oferta, as acções que restarem serão entregues à Fosun.

Guo Guangchang, administrador da Fosun, afirmou esta sexta-feira, no Ministério das Finanças, que a concretização desta cooperação entre Portugal e a China será “o primeiro passo significativo para a internacionalização da actividade seguradora da Fosun”. Em Portugal, a Fidelidade, a Multicare e a Cares representam 30% do mercado segurador.

Durante a cerimónia José de Matos, presidente executivo da CGD, explicou que, com a cedência do controlo accionista da Caixa Seguros, a instituição bancária fortalecerá a sua solvabilidade para cumprir as novas regras europeias para o sector da banca e assim poderá “continuar a apoiar a economia nacional”. O responsável garantiu ainda que o grupo “assumirá as suas responsabilidades no sector segurador, nomeadamente com o novo accionista maioritário”.

José de Matos afirmou que esta parceria “tem potencialidade para ser estendida a outras áreas de actividade, dentro e fora de Portugal”. Esta ideia é partilhada por Guo Guangchang, que pretende criar sinergias com a Peak Reinsurance e com a Yong’na P&C Insurance (participadas da Fosun). O objectivo é “alcançar um rápido desenvolvimento do negócio pelo mundo, especialmente na comunidade de países de língua portuguesa”.

O administrador da Fosun não quis comprometer-se com a longevidade do investimento na seguradora, mas garantiu que “esta cooperação será sem dúvida estável e de longo prazo”. A garantia dada pelo investidor chinês. De que manteria no capital da Caixa de Seguros durante dez anos (quando a exigência era de quatro), terá sido um dos factores que pesou na escolha do Governo.

A Fosun ganhou a corrida a esta privatização em Janeiro, depois de ter afastado a equity norte-americana Apollo, na disputa da fase final do concurso de venda directa da maioria do capital da Caixa Seguros. Tal como obriga a lei-quadro das privatizações, foi nomeada pelo Governo uma comissão para acompanhar o processo, composta por José Manuel Costa, Diogo Leite Campos e Jorge Vasconcelos.

Privatizações: um negócio da China

Mariana Adam e Paulo Zacarias Comes 07/02/14 00:05
 
Os investidores chineses pagaram metade das privatizações fechadas por este Governo, na qual se inclui a compra da Caixa Seguros, assinada hoje. Mas o domínio da China não agrada a todos.

Quando, esta manhã, Paulo Portas e Maria Luís Albuquerque derem o seu aval ao contrato de venda da maior seguradora nacional à Fosun, não só estão a colocar mais mil milhões de euros nos cofres do Estado, como a aumentar para metade o peso do capital chinês no encaixe obtido com todas as privatizações realizadas por este Governo.

Entre ex-governantes, deputados e especialistas em matéria de Negócios Estrangeiros ouvidos pelo Diário Económico, a maioria admite que a     relação de forças de Portugal e  a China sai enfraquecida com a venda destas empresas e que a prioridade do Governo foi o encaixe financeiro.

O embaixador e ex-secretário de Estado dos Assuntos Europeus, Francisco Seixas da Costa considera que, feitas nestas condições, as privatizações favoreceram mais quem comprou do que quem vendeu: "Aqui [em Portugal], os investidores chineses têm uma segurança jurídica que as empresas portuguesas não têm na China". Embora considere que o encaixe de capital possa ter compensado essa impossibilidade de reciprocidade, levanta a dúvida: "Estarão as empresas estrangeiras a utilizar as debilidades das portuguesas para aproveitar os seus contactos e influência?".

Desde que o programa de resgate foi assinado entre o Estado português e a troika - em Maio de 2011 - o capital chinês evidenciou-se fortemente no processo de privatizações estabelecido no acordo com os credores. Metade dos 8 mil milhões arrecadados nestas vendas - 4.080 milhões, já incluindo a venda da Caixa Seguros - foram pagos por investidores do "país do meio", com a venda da EDP, da REN e da seguradora. E o processo pode não ficar por aqui, já que há investidores chineses interessados na privatização da Empresa Geral de Fomento (EGF, do grupo Águas de Portugal).

O ex-ministro dos Negócios Estrangeiros de Cavaco Silva, João de Deus Pinheiro, considera que no momento actual a necessidade financeira do Estado é o valor que se sobrepõe, considerando ainda "completamente irrelevante" a origem geográfica do investimento: "O capital no mercado livre não tem nacionalidade". Deus Pinheiro foi o titular dos Negócios Estrangeiros na primeira vaga de privatizações (nos Governos de Cavaco Silva, entre 1987 e 1992) e assume-se como um dos "precursores da diplomacia económica" em Portugal: "O papel do MNE é esse mesmo. Os embaixadores são hoje em dia agentes de diplomacia económica, que têm como objectivo captar investimento".

Sérgio Sousa Pinto, presidente da Comissão de Relações Internacionais do Parlamento defende que o mais preocupante é que "Portugal está a vender activos estratégicos em modo leilão, a quem dá mais". O socialista aponta, no entanto, o desequilíbrio de forças entre o gigante "que tem liquidez para fazer investimentos desta dimensão", mas "onde a relação entre o público e o privado não é transparente". "Nem todos os países europeus estão disponíveis para aceitar uma entrada deste nível de capitais chineses por questões políticas", acrescenta.

De acordo com um estudo da consultora Ernst&Young, divulgado no início deste mês, a Europa foi, no ano passado, o principal destino dos investidores chineses, que adquiriram 120 empresas e/ou participações. Este estudo não refere a natureza – pública ou privada – das empresas, nem se debruça sobre a realidade portuguesa em específico.

Já o ex-subsecretário de Estado da Cultura de Cavaco Silva, António de Sousa Lara, é mais duro nas críticas e acusa mesmo o facto de estas empresas estarem a ser "entregues ao Partido Comunista e não ao Estado chinês". 'Temos um país com 10 milhões de habitantes, com uma pirâmide etária envelhecida, fuga de cérebros e uma dívida que vai levar 40 anos a pagar. Isto ao lado de um país com mais de mil milhões de habitantes [China]. É a parceria entre a pulga e o elefante, não faz qualquer sentido!", acusa.

A venda da Caixa Seguros é o último dos ‘anéis1 que foi para a mão de chineses, mas a Fosun é apenas o segundo maior investidor chinês em Portugal. A maior fatia do bolo foi a EDP, depois de a China Three Corges ter pago 2.700 milhões de euros por 21,35% da empresa. Já a State Grid investiu 390 milhões na compra de 25% da REN.

Apesar da prevalência do investimento chinês nestas privatizações, há no entanto da esquerda à direita quem defenda que "o capital não tem cor". O número dois da Comissão de Negócios Estrangeiros e deputado do PSD, Carlos Alberto Gonçalves, defende que este interesse demonstra a afirmação de Portugal como destino credível para o investimento, beneficiado pelo facto de a política externa ser das áreas da governação onde tem havido maior sintonia entre PS e PSD desde o 25 de Abril. Mas, neste capítulo do investimento vindo da segunda maior economia do mundo, defende que "Portugal não está só - outros países europeus têm recebido investimento chinês".

O dirigente socialista, Rui Paulo Figueiredo diz que o problema não é vender à China: "o preocupante é o factor ideológico subjacente no Governo. O Governo tem preconceito sobre a manutenção do Estado em muitas empresas. Mas o que assistimos é uma nacionalização de outros países."

Em Novembro passado, o vice-primeiro ministro Paulo Portas, no âmbito de uma deslocação à China em que se encontrou com altos responsáveis do regime local, evocou a entrada de duas grandes empresas de capital chinês na REN e EDP, afirmando que "o investimento vindo da República Popular da China é bem-vindo" e que "as instituições portuguesas não esquecerão que a China investiu em Portugal num período difícil.~

O Diário Económico tentou obter o ponto de vista dos ministérios dos Negócios Estrangeiros e das Finanças sobre esta matéria, mas não recebeu resposta.


A venda de empresas portuguesas à China não deverá ficar por aqui. Tal como o Económico avançou na semana passada, o grupo chinês Sound Global juntou-se à lista de candidatos à privatização da Empresa Geral de Fomento - tornando-se o segundo chinês entre os quatro principais candidatos à privatização da sub-holding da Águas de Portugal para o negócio dos resíduos sólidos urbanos. Um encaixe que pode ir até aos 200 milhões de euros, valor que abaterá à dívida da Águas de Portugal e cujo que deverá ficar finalizado ainda no primeiro semestre.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Caixa Seguros. Moody's alerta para dívida do grupo chinês


publicado em 25 Dez 2013 - 05:00

Agência refere que o endividamento é 8,5 vezes o EBITDA

O alerta da Moody's surge poucos dias antes de o governo tomar a decisão sobre quem será o vencedor da privatização da Caixa Seguros. O anúncio deve ocorrer no início de Janeiro e em cima da mesa está igualmente a hipótese de o executivo anular a venda directa e optar pela venda em bolsa, a exemplo do que aconteceu com os CTT. Concretamente, a Moody's diz que a oferta de compra da Fosun é credit negative para o grupo chinês, devido ao seu nível elevado de endividamento.


A par da gestora de fundos norte-americana Apoio Management, a Fosun entregou na semana passada uma proposta de compra do negócio segurador da Caixa Geral de Depósitos. O montante da proposta ainda não é conhecido, mas a agência de rating sublinha que, a concretizar-se, a operação poderá ter impacto negativo no rating da dívida da Fosun, que actualmente é Ba3. "Embora a aquisição proposta se insira na estratégia de expansão global da Fosun, que está centrada no negócio segurador, existem incertezas no que toca ao plano da companhia para operar e integrar o negócio segurador português, dado que a Fosun não tem track record na actividade seguradora na Europa", referiu Alan Gao, vice-presidente da Moody's, numa nota citada pela Reuters. Gao acrescentou ainda que "a capacidade da Fosun de financiar os seus investimentos no exterior está ainda em desenvolvimento" e vai "acompanhar de perto de que forma a companhia vai financiar a aquisição da Caixa Seguros se vencer a privatização". A Moody's considera que a liquidez da Fosun é adequada, mas refere que a empresa chinesa mantém um nível de endividamento elevado, com um rácio de dívida líquida sobre EBITDA de 8,5.

Caixa Seguros. S&P diz que Fosun é lixo evenda é especulativa


Por Margarida Bon de Sousa
publicado em 15 Jan 2014 -14:40

Depois do aviso da Moody’s, a Standard & Poor’s reduziu o rating da Fosun. Governo garante solidez da empresa

Depois da Moody's, foi a vez de a Standard & Poor's considerar a compra da Caixa Seguros pela Fosun uma transacção de risco, duvidando da capacidade financeira da empresa chinesa, cotada na bolsa de Hong Kong, para pagar os mil milhões de euros oferecidos. Por isso mesmo, e desde segunda-feira, a S&P colocou a dívida da Fosun em perspectiva negativa, com um rating de BB+ (grau de não investimento especulativo) e cnBBB.~

Recorde-se que o secretário de Estado das Finanças, Manuel Rodrigues, na conferência de imprensa em que anunciou a venda de 80% da Caixa Seguros à Fosun em detrimento da norte-americana Apollo, questionado sobre o rating da chinesa, não respondeu directamente à pergunta, optando por dizer que os dois advisers que recomendaram a venda aos chineses (a Boston Consulting Group e a Caixa BI) atestaram da solidez da compradora.

AQUISIÇÕES A MAIS Segundo a S&P, a Fosun ainda está a fazer a transição entre uma empresa industrial e uma holding de investimento, que teve uma expansão agressiva e uma estratégia de negócios ambiciosa. No últimos 12 meses, a companhia fez uma série de aquisições em diversas indústrias e regiões, que incluíram investimentos no turismo, em propriedades, em farmacêuticas e bens de consumo, que aumentaram a dívida da Fosun.

"O mais recente exemplo foi a compra do Chase Manhattan Piazza em Nova Iorque ao JP Morgan, através do qual a empresa viu a sua dívida agravar-se 450 milhões de dólares", lê-se no paper da S&P. "Prevemos que estas actividades continuem a pesar na já elevada alavancagem da Fosun e na cobertura dos fluxos de caixa nos próximos 12 meses. No entanto, pensamos que a liquidez da empresa é adequada para os nossos critérios. Os valores em caixa fornecem alguma flexibilidade, na ausência de problemas financeiros."

Também a Moody's já tinha revisto o rating do grupo chinês, com um alerta de que deverá baixar a notação atribuída à dívida da Fosun, de Ba3, um nível devido à incerteza que rodeia a compra da Caixa Seguros. ”A nossa revisão reflecte as incertezas associadas ao plano de financiamento, bem como os riscos de execução envolvidos na transacção”, disse Lina Choi, vice-presidente da agência. As dúvidas da Moody's justificam-se ainda com a empresa chinesa desconhecer o mercado segurador nacional e a respectiva regulação. No entanto, a empresa de rating admite manter a nota da dívida caso a empresa adopte uma solução para financiar a compra que passe por um terceiro investidor estratégico  ou pela venda de outros investimentos. 

FOSUN REAGE Num comunicado divulgado ontem ao final da tarde, a empresa chinesa refere que tem o capital necessário para concluir a compra de 80% da Caixa Seguros. "As agências de rating preferem que as empresas tenham dinheiro nos livros de contabilidade sem ninguém lhes tocar. É isso que consideram seguro", refere a Fosun.


A empresa chinesa deverá entregar à Caixa Geral de Depósitos um cheque inicial de 100 milhões de euros e uma garantia bancária de 900 milhões, devendo o negócio estar concluído em Outubro. Antes, o Instituto Português de Seguros, que regula a actividade, tem ainda de dar luz verde à escolha do executivo.

Contrato de venda da Caixa Seguros à chinesa Fosun assinado esta manhã


07/02/2014
Ficou assim formalizado o contrato de compra e venda de 80%do capital da Caixa Seguros, por mil milhões de euros, uma privatização que foi aprovada em janeiro

O contrato de venda das seguradoras da Caixa Geral de Depósitos foi assinado esta manhã entre os responsáveis do grupo financeiro público português e os líderes da companhia chinesa Fonsun International, numa cerimónia realizada no Ministério das Finanças, em Lisboa.

Do lado do Governo português, destaque para as presenças do vice-primeiro-ministro Paulo Portas, do ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, e da ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, que realçou que esta operação constitui "mais um sucesso do programa de privatizações" em curso.

Pelo Grupo Caixa Geral de Depósitos (CGD), o presidente José de Matos apontou para os benefícios deste negócio para o banco público que, segundo o responsável, fica "mais forte com a venda dos seguros".

Já o presidente da Fosun, Guo Guangchang, garantiu o compromisso "estável e de longo prazo" da empresa chinesa com o ativo recém-adquirido.

Por seu turno, o embaixador da China em Portugal, Huang Songfu, mostrou-se satisfeito com o apoio político do executivo português à proposta da empresa chinesa, destacando "mais um grande investimento chinês em Portugal" que, no seu entender, vai reforçar ainda mais as relações bilaterais entre ambos os países.

Ficou assim formalizado o contrato de compra e venda de 80% do capital da Caixa Seguros, por mil milhões de euros, uma privatização que foi aprovada em janeiro.

Na corrida à privatização da Caixa Seguros estavam duas propostas concorrentes: uma apresentada pelos norte-americanos da Apollo Management International e a outra pelos chineses da Fosun International Limited, tendo sido esta última a vencedora.

*Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico aplicado pela Agência Lusa

José de Matos. CGD fica “mais forte” após venda dos seguros

07/02/2014
O presidente da CGD destacou ainda as oportunidades que são criadas para o grupo financeiro público português com este negócio com a companhia chinesa

O presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD), José de Matos, considerou hoje que a entidade fica "ainda mais forte" com a alienação da área seguradora, que permite um reforço de capitais e confere maior capacidade de financiamento à economia.

"Esta operação constitui um marco importante na concretização da estratégia definida para a Caixa Geral de Depósitos (CGD), visando a focagem do grupo na atividade bancária fundamental, e reduzindo a sua alavancagem, designadamente através da alienação de participações financeiras não 'core' [estratégicas]", afirmou o responsável.

Durante a cerimónia de assinatura do contrato de venda das seguradoras da Caixa Geral de Depósitos (CGD) à companhia chinesa Fosun International, no Ministério das Finanças, em Lisboa, o banqueiro destacou que esta é uma "operação importante para a CGD e para o mercado segurador português".

E realçou: "Com a cedência do controlo acionista da atividade seguradora, a CGD fica ainda mais forte em termos da sua solvabilidade, de acordo com as novas exigências regulamentares no setor bancário, e para continuar a apoiar a economia nacional".

Segundo José de Matos, "com esta operação, a CGD não abandona as empresas seguradoras que têm feito parte do grupo. Pelo contrário, embora mantendo uma participação minoritária, assumirá as suas responsabilidades como parceiro responsável do novo acionista maioritário, nomeadamente, no âmbito dos acordos de 'bancassurance' e de prestação de serviços nas empresas associadas no Grupo CGD".

O presidente da CGD destacou ainda as oportunidades que são criadas para o grupo financeiro público português com este negócio com a companhia chinesa.

Estamos certos que esta parceria com a Fosun, um importante grupo económico chinês com presença global, tem potencialidades para ser desenvolvida em outras áreas da nossa actividade, quer em Portugal, quer na nossa actividade internacional” assinalou.

Está formalizado o contrato de compra e venda de 80% do capital da Caixa Seguros, por mil milhões de euros, uma privatização que foi aprovada em Janeiro e que permite que o banco estatal se mantenha como acionista de referência nas empresas alienadas.

O valor do encaixe total para a CGD vai ainda aumentar, para 1.264 milhões de euros, devido à oferta pública de venda (OPV) de uma fatia suplementar de 5%, destinada aos trabalhadores da área seguradora do banco público, que beneficiarão de um desconto de 5%, a que se soma a distribuição extraordinária de capital das empresas seguradoras envolvidas, feita ainda em 2013.

Caso as ações destinadas aos trabalhadores não sejam totalmente subscritas, a Fosun assegura a compra do capital remanescente, pelo que poderá aumentar a sua posição no banco público para 85%.


*Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico

Venda dos seguros da CGD é "importante" no ajustamento


 07/02/2014

De resto, Maria Luís Albuquerque salientou que o executivo considerou que a Fosun "era o parceiro indicado" para a CGD na área seguradora, tendo apresentado a melhor proposta

A ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, considerou hoje que a privatização da Caixa Seguros é mais um "importante passo" no processo de ajustamento da economia portuguesa, que está cada vez "mais aberta".

"Esta operação representa mais um passo importante no processo de ajustamento", afirmou Maria Luís Albuquerque, durante a cerimónia de assinatura do contrato de venda das seguradoras da Caixa Geral de Depósitos (CGD) à companhia chinesa Fosun International, no Ministério das Finanças, em Lisboa.

Segundo a responsável, a "economia portuguesa está mais aberta" e preparada para competir num mundo cada vez mais globalizado.

A venda da Caixa Seguros foi mais uma "operação com sucesso do programa de privatizações", destacou, acrescentando que a mesma ajuda a "desenvolver a economia".

Este negócio "não se limita a dar cumprimento" ao programa de ajuda internacional, até porque "já foi ultrapassado o encaixe previsto com privatizações", assinalou a ministra, considerando que a privatização "beneficia, sobretudo, a CGD" e, consequentemente, "toda a economia portuguesa".

Isto, porque a CGD vai ficar com os seus rácios de capital reforçados, permitindo estender a concessão de crédito à economia, explicou a governante.

“ O rácio ‘core tier 1’ da CGD sobe de 7,4% para 9,1%, ficando mais confortável, o que dá mais estabilidade ao sistema financeiro português, da qual a CGD é o pilar”, frisou, apontando para a importância de existir um “sistema bancário bem capitalizado”.

De resto, Maria Luís Albuquerque salientou que o executivo considerou que a Fosun "era o parceiro indicado" para a CGD na área seguradora, tendo apresentado a melhor proposta, quer ao nível das condições financeiras, quer na minimização das condicionantes jurídicas, quer na preservação estratégica do grupo.

Além disso, realçou, a operação que será concretizada "nos próximos meses", vai permitir o reforço do crescimento da Caixa Seguros na África e na Ásia, especialmente, na China.

Ficou assim formalizado o contrato de compra e venda de 80% do capital da Caixa Seguros, por mil milhões de euros, uma privatização que foi aprovada em Janeiro e que permite que o banco estatal se mantenha como acionista de referência nas empresas alienadas.

O valor do encaixe total para a CGD vai ainda aumentar, para 1.264 milhões de euros, devido à oferta pública de venda (OPV) de uma fatia suplementar de 5%, destinada aos trabalhadores da área seguradora do banco público, que beneficiarão de um desconto de 5%, a que se soma a distribuição extraordinária de capital das empresas seguradoras envolvidas, feita ainda em 2013.

*Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico aplicado pela agência Lusa

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Famílias endividadas pedem ajuda muito tarde


Jornalista Fátima Casa nova falou com a Deco
10-01-2014 7:08
É a conclusão do gabinete de apoio ao sobreendividado da Deco, a cujo relatório a Renascença teve acesso. As famílias que pediram ajuda devem cerca de 60 mil euros e as pessoas que vivem sozinhas já representam quase metade dos pedidos de socorro. Reformados engrossam o bolo.

Em 2013, a associação de defesa do consumidor Deco abriu quatro mil processos de famílias com condições para reestruturar as suas dívidas. É a primeira vez que o ciclo de subidas no número de processos abertos é interrompido. Mas o motivo prende-se com o facto de as famílias pedirem ajuda tarde demais.

A coordenadora do gabinete de apoio ao sobreendividado (GAS), Natália Nunes, diz à Renascença que a maioria dos pedidos de ajuda (mais de 29 mil no total) foi de famílias que "já não tinham capacidade para reestruturar o seu orçamento familiar", algumas confrontadas com processos em tribunal e penhora de bens.

A taxa de esforço das famílias continua a aumentar e está agora nos 98% para um rendimento de cerca de mil euros. Em média, cada família que pediu ajuda deve cerca de 60 mil euros.

O desemprego continua a ser a primeira causa para a aflição das famílias. Mas o boletim estatístico a que a Renascença teve acesso indica também que as pessoas que vivem sozinhas já representam quase metade dos pedidos de ajuda que chegam à Deco.

Está ainda a aumentar o número de pedidos por parte de pessoas com mais de 55 anos, sobretudo, reformados que, além de verem os seus rendimentos cortados, ajudam os filhos


De acordo com o boletim estatístico da Deco, entre 2010 e 2013 mais do duplicaram os pedidos de ajuda.

Crédito malparado na habitação bate recorde em Novembro

 
07-01- 2014 – 16:50


Famílias estão com mais dificuldades em pagar as casas. No caso das empresas, o malparado voltou a agravar-se e atingiu um novo recorde, segundo o Banco de Portugal.

Os créditos de cobrança duvidosa nos empréstimos à habitação atingiram um novo máximo histórico em Novembro, totalizando 2.417 milhões de euros, segundo o Banco de Portugal.

Em oposição, o crédito malparado dos particulares no global caiu para 5.192 milhões de euros, contra os 5.210 milhões em Outubro.


No caso das empresas, o crédito malparado voltou a agravar-se passando dos 12.076 milhões de euros registados em Outubro para 12.271 milhões em Novembro, um novo recorde desde que o Banco de Portugal publica estes dados (1997), com destaque para o malparado das empresas do sector da construção (4.265 milhões de euros) e das actividades imobiliárias (2.341 milhões de euros).

Presidente da CNIS teme colapso das instituições de solidariedade


07-01-2014 16:12 por Agência Ecclesia

 Há muitas instituições "em apuros", alerta o padre Lino Maia.

O presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), alertou para a possibilidade destas instituições "colapsarem" com o aumento da pobreza e consequente procura de apoio social que se prevê para este ano.

"O Estado tem de estar atento, porque havendo um colapso das instituições, que têm sido uma almofada social para os portugueses nos últimos anos, o país entra mesmo em ruptura", disse esta terça-feira o padre Lino Maia.

Há muitas instituições "em apuros" e o aumento da procura de ajuda que "lamentavelmente se prevê" vai levar a que muitas instituições "vivam sérias dificuldades sem um reforço de apoio financeiro por parte do Estado", insiste.

Apesar do Orçamento de Estado para 2014 "não prejudicar diretamente o sector solidário, afeta-o de forma indireta" porque com a carga fiscal e os cortes nas pensões, "juntando-se ao desemprego que persiste, muitos utentes das instituições de solidariedade vão diminuir as suas comparticipações, que já são por si baixas, ficando assim ainda mais reduzidas" o que vai levar a que as instituições se "deparem com dificuldades acrescidas" de sustentabilidade, sustenta o presidente da CNIS.


O OE 2014 prevê o alargamento da base de incidência da contribuição extraordinária de solidariedade nas pensões e o aumento das contribuições dos beneficiários da ADSE.

O cenário para o novo ano não é, por isso, "agradável" e, na opinião do sacerdote, "se não houver uma atenção acrescida a este sector da solidariedade”, é de temer que “aconteça um abandono progressivo daquilo que é a matriz deste sector que é o apoio aos mais necessitados".

Os reformados são uma grande percentagem da população que frequenta as Instituições de Solidariedade Social e "com estes cortes nas pensões vão ter de recorrer cada vez mais" às mesmas, que "não podem deixar de responder aos pedidos de ajuda dos idosos mais carenciados", explica Lino Maia.

Os órgãos da CNIS estiveram reunidos em Fátima, onde começaram a preparar o congresso da confederação que vai abordar, em 2014, temas como "a inovação e a sustentabilidade do setor solidário".

A reunião serviu ainda para preparar o Dia Nacional da CNIS, a 15 deste mês, que vai ser assinalado através de um documento com ideias que contribuam para a Reforma do Estado por parte das Instituições de Solidariedade, de forma a criar um "Estado seja mais competente, mais social, que não abandone os cidadãos", conclui o padre Lino Maia.



Banco de Portugal avisa que Orçamento pode aumentar crédito malparado

 
26-11-2013 16:08
 Cortes nos salários e nas pensões "podem ter impacto negativo sobre a procura interna e, assim, dificultar a recuperação do emprego".

O Banco de Portugal (BdP) avisa que as medidas previstas no Orçamento do Estado para 2014 podem levar famílias e empresas a não conseguirem pagar os empréstimos assumidos.         

O Relatório de Estabilidade Financeira, divulgado esta terça-feira, refere que apesar dos sinais de recuperação dados pela economia este ano, há ainda um "elevado grau de incerteza" quanto à sua evolução, assim como a evolução do desemprego, o que a somar-se às medidas previstas no Orçamento para 2014 - que cortam o rendimentos dos reformados e funcionários com impacto no aumento públicos - coloca riscos sobre o sistema financeiro nacional,
do crédito malparado.

"Estes desenvolvimentos podem ter impacto negativo sobre a procura interna e, assim, dificultar a recuperação do emprego, com eventual reflexo no número de famílias que possam vir a confrontar-se com a impossibilidade de garantir os compromissos de créditos assumidos", lê-se no documento publicado pela instituição liderada por Carlos Costa.

O crédito malparado dos particulares tem continuado a aumentar, sobretudo nos empréstimos ao consumo e outros fins, tendência que se verifica desde 2008.

Já quanto ao incumprimento no crédito à habitação, segundo o Banco de Portugal, tem-se verificado uma "evolução mais moderada" e este está em "níveis contidos".


No caso das empresas, o Banco de Portugal mostra-se preocupado com o endividamento destas, num momento de baixa rendibilidade ou mesmo prejuízos.

Também aqui o BdP vê riscos de persistência ou mesmo aumento do incumprimento e da incapacidade de as empresas conseguirem financiamento para projectos devido ao já elevado nível de endividamento, pelo que volta a sublinhar a necessidade de diversificação das fontes de financiamento.

O Relatório de Estabilidade Financeira hoje divulgado pelo Bando de Portugal refere que o rácio de incumprimento das empresas atingiu no final do primeiro semestre "níveis máximos desde o início da área do euro", com 30% das empresas em situação de incumprimento.

O documento refere ainda que este rácio era em Junho do dobro dos 15% registados no início da crise financeira, em 2008. Quanto ao montante de crédito, o rácio de crédito malparado era em Junho de cerca de 12% dos empréstimos totais obtidos pelas empresas.


Os sectores da construção, sobretudo, mas também imobiliário e comércio são os que mais contribuem para o malparado.