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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

ANGOLA
Fevereiro, 26, 2020
Manuel José 


"Revús" dizem que combate à corrupção de João Lourenço pretende distrair os angolanos da crise
João Lourenço



O auto denominado grupo do Movimento Revolucionário de Angola afirma que a actual situação sócio-económico dos cidadãos deteriora-se a cada dia, o que exige uma nova forma de pressão sobre o Governo de João Lourenço que, para os revús, como são conhecidos, tem apenas distraído a opinião pública.

Emiliano Catumbela, um dos activistas do grupo, considera que a mudança só veio agudizar a crise dos angolanos.

"Tivemos uma pequena pausa depois de tirarmos do poder José Eduardo dos Santos, pensávamos que teríamos uma melhoria com João Lourenço, mas enganamo-nos, temos um longo trabalho pela frente e precisamos de toda a juventude que quer mudança no país, sem derramamento de sangue", defende Catumbela, que diz haver "apenas uma vingança do Presidente contra o passado, enquanto o povo continua a sofrer".

Para ele, "o que queremos é que João Lourenço resolva os problemas do povo".

Albano Bingo Bingo, outro revú entende que José Eduardo dos Santos não foi o único a governar Angola e que outras figuras que ainda fazem parte do elenco no poder. "delapidaram" o país" e diz que as medidas actuais de combate à corrupção é uma estratégia para distrair a opinião pública, dos reais problemas que os angolanos padecem.

"Estamos a ser distraídos porque o país entrou num caos sócio-económico, os preços dos produtos básicos subiram, as pessoas não estão a olhar para aí, mas eles tentam abafar com os casos como de Isabel dos Santos", explica Bingo Bingo, para quem "nós como cidadãos temos que cobrar os que estão no poder neste momento".

Outro elemento de grupo, Arante Kivuvu, acrescenta que "esses processos todos servem apenas para distrair as pessoas, é tudo uma palhaçada", e dá como exemplos várias processos que não têm resultado em nada positivo, como o do antigo ministro dos Transportes, Augusto Tomás, o processo conhecido por Burla a Tailandesa e o actual caso dos 500 milhões.

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