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quarta-feira, 2 de abril de 2014

“Desde que a troika chegou, perdeu-se muito”

Pontos Chave
- Elisa Ferreira defende um maior aprofundamento da união bancária para proteger os contribuintes dos eventuais problemas futuros nos bancos.

- A eurodeputada é muito crítica do trabalho da troika e da visão da maioria: a de que o equilíbrio orçamental trará automaticamente crescimento económico.

- Confiante num bom resultado nas europeias, acredita que o PS terá dez mandatos. E critica a metodologia usada pelos partidos para formar listas para estas eleições


Elisa Ferreira é critica da actuação da troika.
Sobre a economia portuguesa, defende que tem de se virar para fora.

Desde que a troika entrou, nós perdemos 6% do PIB.
Estamos a fazer o caminho outra vez.
Se for ver o que é que se perdeu e o que é que se ganhou com este exercício, perdeu-se muito a muitos níveis.

Em Portugal começam a aparecer sinais de recuperação económica. Não resultam também da austeridade imposta?
Desde que a troika entrou, nós perdemos 6% do PIB. 
Estamos a fazer o caminho outra vez. 
Se for ver o que é que se perdeu e o que é que se ganhou com este exercício, perdeu-se muito a muitos níveis. 
Perdeu-se riqueza colectiva, um esforço meritório que estávamos a fazer na formação das pessoas, na preparação da mão-de-obra, na ciência, na tecnologia, na inovação. 
De repente, tudo ficou em causa. 
Perdeu-se a confiança das pessoas no Estado com o ataque brutal às pensões. 
Os pensionistas e os funcionários públicos levaram uma pancada brutal. 
O desemprego de longa duração é dramático porque não é fácil de recuperar. 
Quando a economia recupera, há um lastro que fica, há um desemprego que era conjuntural e que passou a estrutural. 
Há a emigração dos melhores.

Os últimos números do Banco de Portugal mostram que o crescimento ainda é fraco mas o modelo de crescimento é mais saudável, nomeadamente com um excedente externo. Não acha que o perfil de crescimento tem de ser mais equilibrado do que foi no passado?
Todos os países do Sul da Euro­pa ao funcionarem na moeda única, com a globalização, com os desequilíbrios dentro da União Europeia entre o Norte e Leste da Europa e o Sul, os pro­blemas agravaram-se brutal­mente. 
A crise não surgiu antes porque a economia foi alimen­tada através de crédito que foi disfarçando perdas progressi­vas de competitividade. 
E, du­rante todo o funcionamento da moeda única, as economias do Sul da Europa foram-se virando para dentro. 
Nós costumáva­mos falar de Portugal como se fosse uma pequena economia aberta, mas nós passamos a ser uma pequena economia fecha­da.

Isso foi um erro?
Foi um erro que resultou do próprio funcionamento da moeda única, relativamente ao qual todos cometemos erros a nível europeu. 
Não fomos ven­do os indicadores que iam mos­trando que isto não era susten­tável. 
Não podemos continuar a funcionar numa economia vira­da para dentro, fragilizada. 
Te­mos de refazer a nossa agenda de relacionamento com a Euro­pa, temos de estar atentos às políticas europeias e defender aquilo que nos interessa em cada instante. 
Depois, temos de nos virar para outros mercados e refazer os nossos laços histó­ricos e comerciais.
B.P. e R.L.


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