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quarta-feira, 2 de abril de 2014

“Na lógica europeia, o que puder ser saída limpa, será saída limpa”


Pós-troika Para a eurodeputada, as instituições europeias estão interessadas que Portugal tenha uma saída limpa. Mas mais importante, é ter uma garantia de intervenção do BCE, caso seja necessária.

Bruno Proença e Rosário Lira

Vamos ler capacidade para sozi­nhos avançar para o pós-troika ou devemos ter um programa cautelar que assegure os próxi­mos meses?
Já fiz o exercício de ver como é que variaram as taxas de juro da dívida pública, as medidas da austeridade e as revisões da troika.
Uma coisa não tem relação com as outras.
Basicamente aqui­lo que conteve os ataques especu­lativos à dívida soberana dos paí­ses do Sul da Europa foi a declara­ção de Mario Draghi, quando disse no Verão de 2012 que interviria nos mercados.
Neste momento começa-se a perceber que a União Europeia não vai permitir os jogos especulativos dos merca­dos. Houve muita aprendizagem a nível europeu com as troikas.

Com as taxas de juro abaixo do li­mite dos 4%, não vamos ser em­purrados para uma saída limpa?
Sobre essa questão da saída limpa ou não limpa, duvido que alguém saiba exactamente do que estamos a falar.
Neste momento, a ló­gica europeia é não queremos mais problemas.
Portanto, o que puder ser saída limpa, será saída limpa.
Tudo depende de que for­ma é que Draghi terá condições para utilizar o OMT.
Portanto, as intervenções no mercado caso haja qualquer choque externo que possa perturbar a estabilidade e a tendência descendente das taxas da dívida soberana.

Seria uma saída limpa, mas com a possibilidade de uma ajuda caso fosse necessária?
À partida temos de ter a garantia da intervenção do Banco Central Europeu no mercado caso seja necessário.
Mario Draghi está con­dicionado politicamente por to­das as situações.
Entretanto, a saí­da que está prevista no ‘two-pack’, na revisão do pacto de es­tabilidade e crescimento, obriga a um acompanhamento muito for­te.
Não será a troika mas haverá um método comunitário ou intergovemamental a fazer o acompa­nhamento, até que 75% daquilo que foi pedido seja pago.
São tudo enquadramentos para ajudar os países a saírem desta situação dramática.

Vamos ter uma saída limpa, mas com um cautelar imposto pelas novas condições do ‘two-pack’?
É um acompanhamento próximo por muitos anos.
Tudo isto tam­bém se enquadrada num acom­panhamento muito mais apertado de como é que está a funcionar a ZonaEuro.

Temos ouvido António José Se­guro dizer que uma saída limpa é com os juros idênticos aos da Irlanda. Ainda estamos longe disso...
A Irlanda tem a vantagem de ter ‘ratings’ de dívida pública mais elevados do que os nossos.
A dívi­da portuguesa não tem esse ‘ra­ting’ e isso pode ser um elemento de fragilidade inclusivamente quando os bancos portugueses ti­verem de operacionalizar esses créditos - dívida pública nacional - que são importantes para eles.
Neste momento, esses títulos - saída limpa, saída suja, cautelar ou não cautelar - precisam de ser bem definidos para podermos conversar.
Tenho perguntado muitas vezes a Mario Draghi em que termos é que ele pode fazer intervenções no mercado para salvaguardar eventuais especula­ções sobre a dívida portuguesa, e ele dá-me a ideia de que não tem uma receita porque é o país mais arriscado, depois da Irlanda, que vai para o mercado.

O caminho faz-se caminhando. Mas há negociações em Bruxelas entre o Governo português e as autoridades comunitárias?
Uma parte das negociações tem de ter alguma reserva.
Mas é pre­ciso também um equilíbrio ade­quado entre essa reserva e a transparência, porque é o futuro de todos nós que está a ser jogado.
Às vezes sentimos que muitas coi­sas aparecem na receita da troika como se fossem a única hipótese possível.
Se não tivesse sido o tra­balho do Parlamento Europeu nesta legislação bancária, tería­mos uma vez mais a Alemanha e os poderes fácticos dentro do conselho quase a definirem se um banco era resolvido ou ia para a falência.


Rui Moreira
É bom que esteja no Porto, enobrece a cidade, é uma pessoa que eu já conheço há muitos anos, com mundo, não põe a cultura como fonte de despesa e espero que ele consiga viver no mundo da política e atingir os objectivos pelos quais a cidade o elegeu.

Família
É o principal na vida de uma pessoa, tudo o resto é secundário.
Quando há problemas de família, passam à frente de tudo.

Angela Merkel
Conheci-a, partilhamos muitas vezes o Conselho de Ministros porque ela era ministra do Ambiente quando eu também era.
É austera, honesta, com pouca flexibilidade e defende os interesses do seu país.
A Europa é que tem de se salvaguardar porque nem tudo o que interessa à Alemanha interessa ao resto da Europa.

Assembleia da República
É a sede da soberania, estive lá e é preciso respeitá-la, é também necessário que funcione de maneira a que os cidadãos reconheçam na AR a sua defesa.

Porto

É a minha cidade.

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