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sábado, 2 de dezembro de 2017

Rússia prepara primeiro vínculo em yuan


YUAN
 Notícias Econômicas Alemãs 01.12.17 17:03 

O Ministério das Finanças da Rússia está a preparar a sua primeira emissão de obrigações em yuan chinês.

O Ministério das Finanças russo está preparando o primeiro vínculo já emitido pela Rússia no renminbi moeda nacional chinesa (yuan). Como relata a Bloomberg, o ministério contratou para o Banco da China, o Gazprombank e o Banco Industrial e Comercial da China (ICBC).

Com o dinheiro arrecadado em yuan, o governo em Moscovo quer tornar o dólar dos EUA mais independente, porque é esperado nos próximos dias novas sanções dos EUA.
O Tesouro dos Estados Unidos emitirá um relatório sobre as possíveis consequências das prorrogação das sanções.

Apenas alguns dias atrás, o ministro das Finanças da Rússia advertiu que um confisco do armazenado nas reservas russas de ouro dos EUA seria considerado um ato de guerra financeira.

O vínculo terá um volume de aproximadamente 6 bilhões de yuans (aproximadamente 760 milhões de euros) e um prazo de 5 anos, informa Bloomberg.
De acordo com fontes não identificadas, os títulos devem ser oferecidos aos investidores no final do ano em curso ou no início de 2018.
De acordo com fontes, o vínculo será negociado na Bolsa de Valores de Moscou e atrairá investidores em todo o mundo.

"Seria sensato da Rússia para explorar o mercado de yuan.
A China é o maior parceiro comercial da Rússia e o enorme sistema financeiro da China também tem muito potencial de compra ", citou um analista da Danske Bank em Helsínquia.
O comércio em Moscou também oferece à Rússia a vantagem de atrair investidores chineses através de sua própria infra-estrutura técnica e legal.

A Rússia e a China expandiram significativamente sua cooperação nos mercados financeiros nos últimos anos.
Fundamental para a cooperação no mercado de títulos foi a abertura de uma sucursal do Banco Central da Rússia na China no ano passado.

O maior empréstimo em yuan tem a vantagem para os chineses de que a internacionalização e a promoção de sua própria moeda como moeda de troca aceita globalmente sejam fortalecidas.
O papel do dólar norte-americano atualmente globalmente dominante e o sistema do petrodólar subjacente serão, assim, indiretamente enfraquecido.

A Rússia se beneficia de diversificar suas responsabilidades no contexto das tensões políticas com Washington.

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terça-feira, 17 de outubro de 2017

Daesh derrotado em Raqqa, a cidade que foi a sua capital

MÉDIO ORIENTE
REUTERS 17 de Outubro de 2017, 12:21
Combatentes curdos celebram a conquista de Raqq
Milícias curdas e árabes conquistaram o estádio e o hospital de Raqqa, pondo fim a mais de três anos de ocupação dos jihadistas.

As milícias curdas e árabes apoiadas pelos Estados Unidos hastearam hoje a sua bandeira no estádio de Raqqa, pondo um fim simbólico a quatro meses de combates para expulsar os jihadistas daquela que consideravam a “capital” do seu autoproclamado califado, relatam testemunhas.

Os combates no local já terminaram, mas as Forças Democráticas Sírias (SDF) estão ainda a tentar desactivar minas existentes no local e a procurar combatentes que possam continuar na zona, contou à Reuters Rojda Felat, comandante daquela coligação. 
O Observatório Sírio dos Direitos Humanos, que conta com uma rede de activistas no país, diz que o Daesh foi já completamente expulso da cidade.

“Sabemos que há explosivos artesanais e armadilhas nas zonas que o Daesh controlava, por isso as SDF continuam a tentar limpar essas zonas”, afirmou o coronel Ryan Dillon, porta-voz da organização. 
Na zona terão sido também encontradas armas e documentos destruídos pelos jihadistas em fuga.

A queda de Raqqa, palco de eufóricas paradas dos combatentes do Daesh após as vitórias relâmpago no Verão de 2014 é um potente símbolo para o colapso do movimento jihadista. Foi daquela cidade, a primeira grande cidade que capturou na Síria, no início do ano, que o grupo planeou vários ataques levados a cabo no estrangeiro.

O grupo perdeu grandes extensões de território na Síria e no Iraque durante este ano, incluindo aquela que era a sua mais preciosa conquista, a cidade iraquiana de Mossul, e na Síria foi obrigada a recar para uma faixa de território situada entre o rio Eufrates e o deserto em redor.

Uma outra testemunha contou à Reuters que os combatentes curdos e árabes estão a celebrar a vitória nas ruas da cidade. 
A bandeira hasteada no estádio e outras espalhadas pelas ruas da cidade têm o pano de fundo amarelo e o emblema vermelho das YPG, a maior e mais forte das milícias curdas sírias que integram a coligação apoiada pelos EUA na luta contra o Daesh.

Durante a manhã já não houve ataques da aviação norte-americana, mas ao longo de toda a noite e madrugada os milicianos enfrentaram os jihadistas numa batalha pelo controlo do Hospital Nacional. 
“Durante os combates, o Hospital Nacional foi libertado e 22 mercenários estrangeiros foram mortos”, disse Mostafa Bali, outro responsável das SDF. 
Um outro comandante no terreno, que se identificou como Ager Ozalp, acrescentou que três milicianos morreram na segunda-feira ao pisaram minas deixadas pelos jihadistas.

O estádio e o hospital eram as últimas posições estratégicas em poder do Daesh depois de grande parte dos jihadistas que ainda restavam terem abandonado a cidade no domingo, ao abrigo de um acordo com os líderes tribais da cidade, deixando para trás cerca de 300 combatentes estrangeiros. 
A ofensiva derradeira foi lançada depois dessa retirada.

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Uma mulher, poder, ou dinheiro: qual terá sido a traição do tio do líder norte-coreano?

COREIA DO NORTE
MARIA JOÃO GUIMARÃES
13 de Dezembro de 2013, 18:04
Jang Song-thaek numa foto com Kim Jong-un. O tio do líder vai agora começar a desaparecer das imagens oficiais

Analistas disparam em várias direcções para tentar interpretar a purga e execução da uma das principais figuras do regime de Pyongyang.

Terá sido uma mulher que ditou a queda de Jang Song-thaek, tio e antigo mentor do líder norte-coreano, até há pouco tão poderoso e tão próximo de Kim Jong-un? 
Terá sido uma ânsia de poder? 
Ou ainda a admiração pela China e a pretensão de aproximar a Coreia do Norte do modelo chinês? 
Certo é que Jang foi alvo de uma litania de fortes acusações e, na quinta-feira, foi anunciada a sua execução.

Qualquer que tenha sido o motivo, a execução do tio do líder norte-coreano deixou os analistas a fervilhar. 
Há quem espere uma possível grande purga interna, com muitos afastamentos e mortes. Os países vizinhos preocupam-se com uma possível provocação militar da Coreia do Norte – um novo teste nuclear? 
Uma escaramuça em águas da Coreia do Sul? – para distrair das questões internas.

A primeira circunstância extraordinária do afastamento de Jang Song-thaek é a própria ligação familiar do condenado ao líder – era casado com a irmã mais nova do seu pai, o "Querido Líder" Kim Jong-il. 
Foi o mentor de Kim Jong-un, enquanto este, na casa dos 20 anos, se preparava para assumir o cargo do pai. 
Esteve sempre ao seu lado depois da sua subida ao poder. 
É arriscado o regime admitir que alguém com um cargo tão alto e tão próximo do líder fosse afinal um "ser humano desprezível, pior que um cão”. 
A admissão pode diminuir as credenciais que são a base da legitimidade da estrutura de poder familiar, sublinha John Swenson-Wright, especialista em Ásia da Universidade de Cambridge, na emissora britânica BBC.

A edição de fotografias e vídeos para retirar Jang do lado de Kim já começou. 
Mas o seu afastamento foi tudo menos silencioso e discreto, como costumavam ser antes as purgas do regime. 
A agência oficial de notícias da Coreia do Norte dedicou várias páginas à condenação, explicando detalhadamente as acusações e confissões. 
Jang pode ser agora um bode expiatório do estado da economia, com a confissão (que terá certamente sido escrita por alguém que não ele) a dizer que estava a tentar usurpar o poder com um plano de afundar a economia, causando revolta e obtendo assim mais facilmente apoio de responsáveis do partido e do exército para tomar o poder.

Também há quem refira a viagem recente de Jang à China e a intenção de estabelecer zonas de cooperação que, no entanto, nunca saíram do papel. 
Há também uma acusação por corrupção.

Um passo arriscado

Analistas dizem que é um passo arriscado do jovem líder norte-coreano. 
Será que basta a morte (aparentemente por pelotão de fuzilamento, com metralhadoras) de uma pessoa para pôr em ordem vozes eventualmente dissidentes? 
Ou poderão estas ser demasiadas e levar a uma instabilidade inédita no país liderado há 65 anos pela dinastia Kim?

O mais jovem Kim tinha já antes afastado outro antigo mentor, no ano passado. 
As substituições podem ser sinal não de uma profunda divisão, mas de que quer uma geração mais jovem perto de si. 
“Se as divisões fossem tão graves, o regime não as teria publicitado deste modo, nem as teria resolvido tão depressa”, diz o analista sul-coreano Paik Haksson à BBC.

Há quem tenha a teoria de que tudo pode ter sido causado por uma questão passional: na acusação surgem referências às infidelidades de Jang – uma das acusações é de “devassidão”.

No site norte-americano Daily Beast, Gordon G. Chang, autor de Nuclear Showdown: North Korea Takes on the World, diz que Jang apresentou Kim à sua actual mulher, Ri Sol Ju. Rumores falam de um caso entre Jang e Ri (e mais rumores falam mesmo de uma gravação de sexo entre os dois). 
Certo é que Ri não tem sido vista em público (nem, na verdade, a mulher de Jang e tia de Kim, Kim Kyong Hui). 
A decisão de Kim foi tão surpreendente, e a vítima tão inusitada, diz Gordon Chang, que esta explicação faria mais sentido.

Vizinhos preocupados

O afastamento começou com uma imagem publicada de Jang a ser levado por agentes de uma reunião do comité político do partido, e foi divulgada primeiro por uma agência sul-coreana, e só depois chegou aos media internos. 
Foi tudo muito rápido – da prisão à execução foram apenas dias. 
O distanciamento da coreografia habitual “pode ser uma representação da natureza pessoal de Kim Jong-un”, admite Daniel Pinkston, especialista em Ásia do International Crisis Group, à estação de televisão norte-americana ABC.

Nos países vizinhos, Coreia do Sul e Japão temem que a seguir à afirmação de poder interna se siga uma provocação externa de Kim, que muito cedo levou a cabo testes nucleares e exercícios militares. 
O Japão disse que estava a “observar de perto a situação” e o ministro da Defesa sul-coreano prometeu “aumentar o estado de alerta do país”. 

maria,joao.guimarães@publico.pt

Tio do Presidente norte-coreano foi executado

COREIA DO NORTE
PÚBLICO
12 de Dezembro de 2013, 22:39 actualizado a 13 de Dezembro de 2013, 8:25
Kim Jong-un, foi executado na sequência de acusações de traição. 
Tinha sido recentemente afastado do poder e expulso do Partido Comunista.

De acordo com relatos da agência noticiosa estatal, a KCNA, citados pela BBC, Jang Song Thaek foi executado imediatamente depois de um julgamento por um tribunal militar, que o declarou culpado de acções contra o Estado, de corrupção e de comportamentos “depravados”, incluindo o consumo de drogas.

A queda súbita de Jang Song Thaek, que actuou como mentor de Kim Jong-un após este ter chegado ao poder, foi alvo de uma mediatização rara na Coreia do Norte, um país conhecido por um controlo apertado da informação. 
O assunto foi coberto pelos media nacionais e foram postas a circular imagens, retiradas de uma transmissão televisiva, de Jang Song Thaek a ser expulso de uma reunião do politburo do Partido Comunista.

Num comunicado também inédito do partido após a execução e citado pelas agências internacionais, Jang Song Thaek é classificado com várias expressões como, “escumalha humana desprezível”, “pior do que um cão”, “um traidor à nação”, “carreirista e malandro político”.

Na nota, o partido reforça que o ex-membro não cumpriu a “obrigação elementar” de devolver a confiança e lealdade que nele foi depositada, ainda mais depois do “amor paternal mostrado pelo partido e pelo líder”, considerando que conspirou contra o poder de Kim Jong-un mesmo depois de este lhe ter confiado lugares de destaque e de lhe ter dado uma segunda oportunidade.

Aliás, foi o próprio presidente da Coreia do Norte a afastar o seu tio do topo do Governo do país e a decidir expulsá-lo do Partido Comunista, segundo a agência estatal KCNA. 
A notícia tinha sido dias antes avançada de forma informal por por um deputado da vizinha Coreia da Sul, Jung Cheong-rae, que teve acesso a informação recolhida pelos serviços secretos nacionais.

Quando a situação foi confirmada pela KCNA, foi também dito que Jang Song Thaek ousou “sonhar sonhos diferentes” e que foi “afectado pelo modo de vida capitalista, cometendo irregularidades e corrupção, levando uma vida devassa e depravada”.

Jang Song Thaek era casado com uma das filhas do fundador do regime norte-coreano, Kim Il-sung, e foi um dos principais responsáveis pela preparação de Kim Jong-un para a sucessão. 
Segundo alguns observadores, Jang era um dos principais dinamizadores de reformas económicas ao estilo da China. 
Em 2004, as suas posições levaram ao seu afastamento provisório do Governo, num episódio descrito pelas agências como uma “luta pelo poder” e um “choque de personalidades”. 
No entanto, depois de dois anos de “castigo”, Kim Jong-il voltou a chamá-lo para o topo da hierarquia do regime.

A expulsão de Jang “é a desgraça mais proeminente de um responsável na História da Coreia do Norte”, observou também na altura Andrei Lankov, professor da Universidade de Kookmin, citado pelo Guardian. 
“As purgas no passado raramente tocavam nos membros da família. 
O único precedente de que me recordo foi em meados dos anos 1970, quando o irmão de Kim Il-sung foi afastado”, relembra Lankov.

O desfecho radical foi, por isso, de alguma forma inesperado, já que no início de Dezembro, aquando do anúncio da situação, Daniel Pinkston, vice-director para o Nordeste Asiático do International Crisis Group, previa que “por causa dos seus laços matrimoniais” Jang Song Thaek fosse colocado em prisão domiciliária.

Menos de dois anos depois de ter chegado ao poder, esta não é a primeira personalidade influente do país afastada por Kim Jong-un. 
No ano passado, Rim Yong Ho, também considerado mentor do actual líder, foi removido de uma alta posição militar devido a questões de saúde. 
A estratégia do novo líder parece passar por uma substituição gradual da elite dirigente anterior por uma geração mais nova e, à partida, mais leal ao Presidente.

Kim Jong-un promove irmã ao politburo

COREIA DO NORTE
REUTERS
8 de Outubro de 2017, 18:20
Coreia do Sul encara decisão como uma reacção ao crescente isolamento. Responsáveis do programa de mísseis também foram promovidos.

O líder norte-coreano Kim Jong-un promoveu a irmã Kim Yo-jung para o organismo mais importante do país, o politburo.

A irmã mais nova de Kim, que era já a "número dois" do departamento de propaganda e agitação do país, substituiu agora no politburo a tia do líder, Kim Kyong Hee, considerada uma figura-chave do regime quando o antigo líder Kim Jong-il estava vivo. 
Kim, 33 anos, e a irmã, de 28, são os mais jovens membros daquele organismo.

Dois responsáveis do programa de mísseis da Coreia do Norte, Kim Jong Sik e Ri Pyong Chol, também foram promovidos, segundo os media locais.

A Coreia do Sul viu estas alterações como um “reflexo de que Kim Jong-un está a levar a actual situação [de isolamento] a sério, e está a tentar um avanço com a promoção de uma nova geração de políticos”, segundo um comunicado do ministério da unificação da Coreia do Sul citado pela Reuters.

Pyongyang e Washington têm estado envolvidos numa troca de palavras duras, e o Presidente norte-americano, Donald Trump, disse recentemente que “só há uma coisa que vai resultar” em relação ao programa de armas da Coreia do Norte – embora não tenha dito o quê.

Já Kim Jong-un declarou que as armas nucleares “são um poderoso dissuasor” e garantia de “salvaguarda da paz” na Península.

Quem é Kim Yo-jong, a irmã que o líder norte-coreano promoveu?

COREIA DO NORTE
CLAUDIA CARVALHO SILVA 
9 de Outubro de 2017, 18:51
A irmã do líder Kim Jong-un foi promovida a vice-directora do departamento de propaganda em 2014

Antes de ser promovida, a irmã mais nova de Kim Jong-un era responsável pela imagem pública do líder. É uma das poucas mulheres que ocupam um lugar de destaque no regime de Pyongyang.

Num voto de confiança, o líder norte-coreano Kim Jong-un promoveu neste domingo a sua irmã, Kim Yo-jong (e outros dois membros do programa de mísseis), para o organismo mais importante do país, o politburo. 
Ainda que tenha estado afastada do espaço público grande parte da sua vida, a irmã mais nova de Kim assistiu a uma rápida ascensão no poder dentro do regime. 
Do pouco que se sabe sobre a dinastia Kim, quem é Kim Yo-jong?

Dado o hermetismo do regime de Pyongyang, são poucos os dados conhecidos (e confirmados) sobre a irmã mais nova do líder norte-coreano – até 2010, poucas vezes tinha sido vista em público. 
Chama-se Kim Yo-jong e desconhece-se a sua idade exacta, mas há relatos de que terá 28 anos, sendo um pouco mais nova do que o seu irmão, que terá 33 anos –, o que faz dela o membro mais jovem do politburo, segundo o New York Times.

Antes da promoção anunciada no domingo, a irmã de Kim Jong-un já tinha um papel de relevo no departamento de propaganda do país (onde exercia funções de vice-directora desde o final de 2014), que tem como objectivo controlar a imagem do líder e transmitir mensagens de cariz ideológico nos meios de comunicação e também no campo das artes. Yo-jong geria os momentos em que o irmão aparecia em público, sendo também conselheira política.

Num regime autoritário que tem por base o culto da personalidade, Yo-jong passou uma imagem benevolente do irmão, apresentando-o como uma figura que segue os ideais do seu avô, Kim Il-sung, fundador da Coreia do Norte. 
A posição ocupada por Yo-jong no clã Kim fez com que fosse um dos sete nomes que passaram a constar da lista negra do Departamento das Finanças norte-americano devido a crimes de “abusos graves dos direitos humanos” e censura.
Agora, vê a sua importância destacada ao substituir no cargo a sua tia, Kim Kyong Hee, que era considerada uma figura-chave em Pyongyang quando o Kim Jong-il (o pai do actual líder) estava no poder; morreu em 2011. 
Esta tia tem tido um papel apagado na liderança do sobrinho desde que o seu marido, Jang Song Thaek, foi executado, em 2013.

Ao contrário da tia, que só ascendeu ao politburo três décadas depois de fazer parte do Partido dos Trabalhadores, Kim Yo-jong está a ter uma rápida ascensão e passa a ser uma das poucas figuras femininas de destaque na Coreia do Norte, ao lado da mulher do líder, Ri Sol-ju.

“Como ela é mulher, Kim Jong-un provavelmente não a vê como uma ameaça, um desafio à sua liderança”, disse o investigador Moon Hong-sik do Instituto coreano de Segurança Nacional, citado pela Reuters.

Filhos da mesma mãe

É difícil confirmar dados pessoais dos membros da família Kim. 
Há quem diga que Kim Yo-jong estudou e viveu na Suíça na mesma altura que o irmão, em meados da década de 1990, e que depois disso tirou um curso de Informática na Universidade Kim Il-sung, na capital norte-coreana, refere o Guardian. 

Kim Jong-un e Kim Yo-jong (e o irmão mais velho Kim Jong Chol, que se mantém afastado da vida política) são filhos da mesma mãe: Ko Yong-hee, que, segundo o New York Times, foi a terceira parceira de Kim Jong-il.

Em 2011, a filha mais nova de Kim Jong-il passou a estar presente na comitiva do pai e também foi vista no o seu funeral, em Dezembro. 
Um pouco antes, em Fevereiro, foi identificada publicamente pela primeira vez por um canal televisivo norte-coreano, quando assistia a um concerto de Eric Clapton, em Singapura, juntamente com o irmão mais velho, Kim Jong Chul, diz a Reuters.

O Guardian escreve que é provável que tenha sido a irmã mais nova de Kim a assumir temporariamente as rédeas do regime enquanto o líder esteve afastado alguns meses da vida política, em 2014, por motivos de saúde.

Desde então, Kim Yo-jong passou a ser vista com mais frequência em acontecimentos públicos, sobretudo a acompanhar o irmão – em concertos, em passeios a cavalo ou até mesmo a receber flores em nome do irmão em comícios de Estado. 
Durante a parada militar de Abril referente às celebrações do 105.º aniversário do fundador da Coreia do Norte, Yo-jong foi vista a entregar papéis ao seu irmão antes de este discursar.

Ainda que a informação não esteja confirmada, o britânico Guardian escreve que a irmã de Kim deverá ser casada com Choe Son, filho de um dos dirigentes do Partido dos Trabalhadores.

claudia.silva@publico.pt

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Binbank pediu ao Banco Central por saneamento - um mês depois da "Discovery" O que deu errado com Mikhail Gutseriev e Mikail Shishkhanov?

HISTÓRIAS
Meduza
12:21, 20 de setembro de 2017



Binbank em 20 de Setembro pediu ao Banco Central para higienizar a instituição financeira através do Fundo de Consolidação do Sector Bancário. Menos de um mês atrás, este fundo, que pertence ao Banco da Rússia, recebeu o "Discovery" - mais recentemente, a maior instituição financeira privada da Rússia. O banco central ainda não respondeu ao pedido do Binbank - mas mesmo o apelo ao regulador significa que o segundo grande banco privado no país não pode sobreviver sem a ajuda do estado (o terceiro - se considerarmos Yugra, que o Banco Central não salvou - apenas revogou a licença no final de julho).

Binbank é um banco muito grande?


Sim. 
Em termos de ativos, ocupa o 12º lugar no sistema bancário russo, e pelo volume de depósitos de varejo - o 7º. 
O Binbank vem crescendo ativamente nos últimos anos - basta dizer que seus ativos aumentaram cinco vezes desde o início de 2014 (pelo mesmo valor - os depósitos da população) e, desde 2008, 18 vezes. 
Por último, mas não menos importante, o crescimento foi devido a compras e fusões: em 2014, o Binbank assumiu obrigações (e junto com eles, empréstimos preferenciais do Banco Central) para melhorar o "Moskomprivatbank", bem como o grupo "Crescimento do Banco" ; em 2015, Binbank adquiriu uma participação controladora na MDM Bank.

Apesar do rápido crescimento, o Binbank não era um dos bancos da base na Rússia - assim como dezenas de instituições financeiras, às quais o Banco Central faz procuras especiais, são referidas - mas também se aplica de forma especial: os representantes do regulador declararam repetidamente que não revogarão uma licença dos bancos desta lista. 
O "Discovery" nesta lista está listada.

Quem é o dono do Binbank? Será que ele tem um recurso de lobby?

Os principais proprietários do Binbank são os empresários Mikhail Gutseriev e seu sobrinho Mikail Shishkhanov. 
Em Gutseriev, talvez a biografia mais interessante de todos os bilionários nos vinte e cinco Forbes (Gutseriev apenas 20º, com uma fortuna de 6,3 bilhões de dólares). 
Até 2007, seu principal ativo foi RussNeft (não confundir com a empresa estatal Rosneft, que, de acordo com dados não oficiais, reivindicava certos ativos da RussNeft); Mais tarde Gutseriev foi forçado a deixar o país: um caso foi iniciado contra ele por falta de pagamento de impostos e empreendimentos ilegais.

O início da história é bastante típico, o mais interessante aconteceu ainda mais: Gutseriev, primeiro, conseguiu vender a Russneft por três bilhões de dólares para Oleg Deripaska e, em segundo lugar, retornar à Rússia e comprar novamente Russneft. 
Em 2009, o Comité de Investigação da Federação Russa mudou a medida de contenção de Gutseriev de prisão ausente em um compromisso escrito de não deixar o local, e depois encerrou o caso por completo. 
Gutseriev voltou para a Rússia e continuou a fazer o que poderia fazer melhor: comprar e coletar ativos. 
Ele não sabia exatamente como ele fez isso, mas depois do retorno, ele disse: "Obrigado [ao proprietário do AFK Sistema] Vladimir Evtushenkov e [chefe da Sberbank] Gref alemão, que participaram do processo de retorno e remoção de encargos de mim ".

Enquanto Gutseriev estava no exterior, seu sobrinho Mikail Shishkhanov (44º lugar na lista Forbes) continuou a administrar Binbank, onde trabalhou desde 1994. 
Ao mesmo tempo, investiu em projetos em outros setores comerciais - por exemplo, foi ele quem comprou a Inteco de Elena Baturina depois que seu marido, Yuri Luzhkov, deixou de ser o prefeito de Moscovo.

A família Gutseriev é chamada de mais rica na Rússia: além de Shishkhanov e Mikhail Gutseriev, Sait-Salam Gutseriev está incluído na lista Forbes (54º lugar, irmão de Mikhail).

O banco tem nada para se preocupar?

Sim, porque o Banco da Rússia ainda não deu consentimento para sanação. 
Se o regulador se recusar a melhorar o banco, será necessário revogar a licença. 
Isto significa que o Estado vai devolver o dinheiro apenas para aqueles investidores que têm menos de 1,4 milhões de rublos em sua conta - o resto vai cair no banco (no melhor dos casos, o dinheiro será devolvido em poucos meses, na pior - apenas uma pequena parte será devolvida). 
Esta opção é improvável por dois motivos: em primeiro lugar, isso afetará a reputação do Banco Central (por que o "Discovery" é salvo, e "Binbank" não é?), 
E em segundo lugar, exigirá injeções de dinheiro significativas - no Binbank mais do que meio trilhão de rublos dos depositantes são mantidos, e a maioria deles são cobertos pelo seguro.

Se o Banco Central aprovar a reorganização da mesma maneira que no "Discovery", "Binbank" não fechará, seus escritórios continuarão a operar como de costume e o estado assumirá todos os riscos. 
No caso do "Discovery" da fuga em massa, os clientes foram evitados - este cenário é provável com Binbank.

Quem pode ser o próximo?

Após a decisão de reabilitar o "Discovery", analistas disseram que não haverá um efeito dominó, uma vez que a situação com o "Discovery" é único. 
Agora, os especialistas financeiros reconhecem que outras instituições de crédito privadas podem seguir Binbank: se o Banco Central concordar em salvar o banco não da espinha dorsal, isso criará um precedente. 
Para conduzir o negócio bancário na Rússia é agora mais difícil do que nunca: a regulação é cada vez mais difícil, não há tantas oportunidades de crescimento por causa da economia estagnada e a creditação da população, os preços do petróleo não estão crescendo, - pode ser que alguns banqueiros será tentado a dar o seu negócio para o estado, a julgar pela situação no "Discovery", ninguém é punido por isso.

No envio da Alfa Capital, Promsvyazbank e ICB foram mencionados. 
As organizações afirmam que mantêm a situação sob controle, isso também demonstra sua responsabilidade para agosto - mas mesmo em "Binbank" até o final eles disseram que tudo está em ordem.

Alexander Polivanov

Binbank pediu saneamento um mês após o "Discovery". E isso também não é uma crise? "Medusa", perguntou especialistas bancários para explicar o que está acontecendo no mercado

Histórias
Meduza
15:20, 20 de setembro de 2017

Na quarta-feira, 20 de setembro, Binbank - uma das maiores organizações de crédito privado na Rússia - pediu ao Banco Central um reajuste. 
Em resposta, o Banco Central decidiu não recorrer a medidas extremas; ele irá fornecer Binbank com os fundos "necessários para manter a liquidez do banco." 
Um pouco menos de um mês atrás, em 29 de agosto, o Banco da Rússia anunciou a reorganização do "Discovery", o maior banco privado do país. 
Em seguida, os especialistas sublinharam que é prematuro falar sobre a crise no mercado bancário. 
Após as notícias sobre Binbank, a Medusa conversou novamente com analistas sobre o que está acontecendo com o setor bancário.

Não entendem o que eu quero dizer? Leia um texto detalhado sobre o que aconteceu com Binbank.

Alexander Danilov
analista da agência de rating Fitch

A participação de mercado no "Discovery" no setor bancário é de 3%, a participação do Binbank - cerca de 2%; portanto, sobre qualquer crise de discurso não vai. 
Embora esses bancos também estão na audiência, na escala de todo o setor, sua participação é insignificante. 
Os problemas devido a que a "abertura" foi higienizado e, possivelmente, Binbank será higienizado, principalmente à moda antiga, eles não refletem o estado atual do sistema bancário. 
Ao mesmo tempo, os bancos com esses problemas sobreviveram. 
Se lembrarmos das palavras do chefe do Banco Central, Elvira Nabiullina, disse no início de 2017, limpamos o setor bancário pela metade: começou em 2013 e, se contarmos, o processo continuará por mais dois a três anos - aí podem ser revisões de licenças de bancos pequenos e casos de bancos de poupança maiores.

Essa "limpeza" é iniciada pelo Banco Central em si - o nome é condicional, eles estão usando a palavra mais eufórica "saneamento". 
Antes Nabiullina chegar havia cerca de 70 avaliações de licenças bancárias por ano, mas tenho certeza de que ninguém ouviu falar sobre os bancos por causa de sua insignificância, não é mesmo a primeira centena. 
Com o início da fase ativa, casos de alto perfil começaram, por exemplo, a retirada de uma licença do Master Bank em 2013, embora também seja pequena, menos de um por cento do setor inteiro, mas relativamente grande em relação ao descansar.

O núcleo do sistema bancário é Sberbank, Alfa Bank, todos os "estrangeiros" são bancos estáveis que passaram as últimas crises eles mesmos sem necessidade de suporte; eles representam cerca de 40% do setor. 
Bancos estaduais - VTB, Gazprombank, Rosselkhozbank - receberão apoio estadual com antecedência; este ainda é um percentual de 30. Assim, 70% do sistema bancário é confiável, porque de bons indicadores ou apoio do Estado - por isso a crise não é esperado.

Garegin Tosunyan
chefe da Associação dos Bancos Russos

Não há dúvida de qualquer crise bancária. 
Pelo contrário! 
Eu disse isso da última vez [quando eu higienizado o "Discovery"], e agora gostaria de salientar que esta é uma situação normal, quando o banco não hesite em entrar para o Banco Central, para dizer: "Querido megaregulator, você é nosso chefe médico, sofremos mal-estar, pedimos ajuda você. 
"Ele responde:" Bem, eu lancei especificamente a lei para isso, criei o Fundo para a consolidação do setor bancário, vou tentar ajudá-lo, porque eu existo por isso. 
Apenas tente entender que esta é a minha função normal.

É possível que outros bancos venham ao Banco Central se não estiverem bem. 
Deveria ser assim! 
E não vice-versa, quando os bancos escondem os seus problemas e, em seguida, o Banco Central vem: "Oh, e ele já tem a última fase da doença, é hora para ele no cemitério."

Yuriy Belikov
analista da agência de rating "Expert RA"


O caso com Binbank é específico. 
Os problemas deste banco estão conectados com o "Crescimento do Banco", que foi higienizado há vários anos. 
Binbank, como parte do plano de recuperação financeira, emprestou muito ativamente. Mais de metade dos ativos do Binbank são um enorme empréstimo não garantido "Crescimento do Banco". 
Este caso é único devido à escala das instituições de crédito, mas em bancos menores essa prática já foi amplamente utilizada. 
Os bancos através das instituições de crédito que sanificam, de fato, simplesmente financiam os projetos de seus proprietários. 
É conveniente para eles, porque os bancos sanitizados podem não cumprir os padrões obrigatórios: eles não são requisitos particularmente públicos e de derivação. 
O resultado é um grande buraco, que agora está sendo revelado. 
Em princípio, todos os problemas da Binbank estão relacionadas com a qualidade dos ativos "Crescimento do Banco", que, muito provavelmente, são dadas para as empresas,

Não esperamos nenhum stress grave para o mercado devido à situação com o Binbank. Primeiro, Binbank, muito provavelmente, ainda passa para o Fundo para a consolidação do sector bancário, e o Banco Central não permitirá que seu padrão. 
Este passo significa garantia quase completa da ausência de riscos para o período de recuperação do banco - Binbank vai continuar a cumprir as suas obrigações.

Em geral, a situação de "Binbank" e "Discovery", são idênticas, mas para Binbank tudo pode ser um pouco mais complicado, porque o "Discovery" teve um estoque bastante grande de liquidez. 
Claro, eles precisavam de um trilhão de rublos do Banco Central para manter a liquidez, mas também havia fundos para cumprir suas obrigações. 
A liquidez de Binbank é objetivamente pequena em relação às suas responsabilidades para credores. 
Portanto, em uma avaliação relativa, ele pode precisar de mais suporte do que o "Discovery", mas em termos absolutos, os números provavelmente serão comparáveis. 
No resto, tudo será o mesmo que o "Discovery".

Sobre alguma crise geral no mercado bancário por causa da situação com Binbank ou "Discovery", eu não diria. 
Em ambos os casos, os problemas foram observados há muito tempo. 
Binbank - desde 2014, o "Descoberta", também, nos últimos anos, houve dúvidas devido à qualidade de seus ativos. 
Mas revelar esses problemas e sanitizar bancos em 2014 ou pós-crise 2015 foi extremamente não lucrativo. 
Agora o mercado está se estabilizando, a situação macroeconómica é melhor.

Na ocasião outros bancos para dizer ou dizer tal é impossível. 
Pelo menos dos 10 melhores bancos top-15 durante o semestre, não esperamos tais problemas. 
"Opening" e Binbank - os casos mais maduros e dolorosos.

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

A estratégia do caos do Kremlin na Ucrânia e seus ajudantes

2017/09/13 - 18:42
Artigo por: Mykhailo Basarab, Maksym Serdiuk
Da "Marcha de uma Nação" organizada pelo grupo ucraniano de extrema-direita, Azov, em Kiev, em 14 de outubro de 2016.

O Kremlin está trabalhando desesperadamente em gerar caos e absurdo na Ucrânia. Em seu artigo sobre o portal ucraniano Lb.ua, "Guerra híbrida: as ferramentas do caos do Kremlin na Ucrânia", os cientistas políticos Mykhailo Basarab e Maksym Serdiuk apontaram os principais grupos e temas da discussão pública ucraniana que Moscou está usando para impor o caos artificial na Ucrânia. Os autores chamam a híbrida de estratégia militar da Rússia moderna ("agressão híbrida").
"Poucos percebem que a hipertensão ocorre todos os dias dentro da Ucrânia livre: em agências governamentais, em canais de TV, em embaixadas ocidentais em Kiev. É realizada com as mesmas táticas, com as mesmas tecnologias que no caso da interferência de Moscou na política americana, britânica e francesa ", acredita os autores.
Aqui publicamos as partes chave traduzidas do artigo.

O objetivo da hibrida do Kremlin ("agressão híbrida") é principalmente criar caos e um conflito controlado, em vez de fomentar uma opinião pública pró-Moscovo sobre questões específicas. 
É por isso que as pessoas que atuam como instrumentos da agressão do Kremlin muitas vezes não são traidores francos, mas genuínos assuntos internos da Ucrânia. 
Eles geralmente são manipulados enquanto são mantidos no escuro. 
Por isso, a invasão híbrida russa é na sua maioria não óbvia para não apenas ucranianos comuns, mas mesmo para funcionários ucranianos.

Pré-requisitos para o caos

A Revolução Euromaidana e a guerra na Ucrânia oriental criaram uma enorme procura de justiça social e política. 
A sociedade civil formou uma agenda clara para uma nova Ucrânia:
  • o castigo das figuras do regime de Yanukovych que personificam toda a elite compradora traidora;
  • uma resposta adequada à invasão russa;
  • combater a corrupção.

Mas as elites fizeram o caminho das pseudo-reformas. 
As transformações fundamentais foram substituídas pelo processo de criação de novas instituições anticorrupção.

Além disso, o novo governo não satisfazia a procura pública pela justiça política, ou seja, para deslegitimar os restos do regime de Yanukovych. 
Além da cumplicidade dos crimes de Ianukovych em corrupção e do massacre da Euromaidan, seus aliados colaboraram com os invasores russos e ainda negam o próprio fato de agressão. 
O novo governo ucraniano teve a possibilidade de unir a nação cumprindo as procuras imediatas da Euromaidan, mesmo que permaneça ligado aos fluxos de caixa negativos e aos esquemas de corrupção do regime anterior. 
Mas isso não foi feito.

Em vez de serem processados, os chamados regionários (ex-operários do Partido das Regiões de Yanukovych, agora agrupados no Grupo do Bloco de Oposição) foram autorizados a se tornar atores políticos de pleno direito após a revolução. 
Isso deve suscitar suspeitas, considerando a medida em que são influenciados pelo Kremlin. 
Eles se tornaram uma oposição desconfortável ao governo Poroshenko. 
Os regiérminos continuam a ser um poderoso fator de absurdo e, acima de tudo, um motivador irritante para protestos patrióticos anti-institucionais, espontaneamente violentos.

Rebarrar a hipertensão russa é um problema em que o governo ignorou o público exige mais. 
Isto é menos sobre uma resposta militar à invasão da Rússia (a Ucrânia obviamente não estava pronta para isso) do que a reação política e jurídica do estado à anexação da Criméia e a tomada separatista liderada pelos russo dos Donbas. 
Em vez de uma avaliação adequada da realidade e de uma ação legal internacional adequada, o governo respondeu à invasão russa com o plano de uma "solução pacífica" do conflito com os chamados separatistas, aceitando a qualificação da guerra como um conflito interno, uma operação antiterrorista. 
Os absurdos acordos de Minsk tornaram-se a quintessência do inconsistente e contraditório "Plano de paz de Poroshenko", que foi realmente imposto pelo inimigo.

O novo terminal do aeroporto de Donetsk em 2012 e em janeiro de 2015, arrasadas pelas forças russo-híbridos.

O "processo de paz" com o fantoche da Rússia "Luhansk e as repúblicas populares de Donetsk" é ilógico e sem esperança, porque o presidente e seus aliados afirmam regularmente que é a Rússia que invade a Ucrânia e que a única Rússia pode acabar com essa guerra.

Além disso, o colega ucraniano de Putin, Viktor Medvedchuk, é um dos negociadores semi-oficiais da Ucrânia nas negociações de Minsk. 
O exército ucraniano, o Ministério Público, os tribunais, toda a economia foram privados dos instrumentos legais necessários em um estado de guerra.

Ao reconhecer formalmente um agressor virtual, o ORDLO ("certas áreas dos Oblasts de Donetsk e de Luhansk", um eufemismo para "separatistas de Donbas" utilizados nos Acordos de Minsk), além do real, a Rússia, o governo ucraniano não admitiu o fato de uma guerra internacional.
Viktor Medvedchuk (à esquerda) como um dos representantes da Ucrânia nas negociações do Grupo de Contato Trilateral sentado ao lado do ex-presidente Leonid Kuchma (em pé no meio), outro representante da Ucrânia em Minsk fala. Minsk, 2014

A promessa eleitoral de Poroshenko de uma paz fácil e rápida tornou-se uma armadilha política perigosa para sua administração. 
Por isso, o segmento apaixonado da população optando por uma resistência total ativa ao inimigo ficou frustrado com a incapacidade percebida pelo governo para proteger a Ucrânia da ameaça russa. 
Ao mesmo tempo, a pessoa comum, agora convencida na possibilidade de uma "paz fácil", ele ameaça a guerra com tanta força. 
Muitos ucranianos tendem a acreditar que a guerra é uma espécie de abstração, uma história de horror, ou é explicada por uma conspiração de oligarcas que procuram lucros.

Esse descuido descuidado pelo governo sobre a guerra é a razão por trás da ampla crítica de uma decisão absolutamente necessária da proibição da Ucrânia sobre os meios de comunicação social e os serviços de e-mail baseados na Rússia (vk.com, ok.ru, mail.ru etc). 
Como não havia uma ameaça real percebida da guerra, a violação dos direitos de telecomunicações dos ucranianos era tão incrivelmente difícil. 
Afinal, esse pensamento é lógico na matriz "Operação antiterrorista - Minsk", onde a maioria dos ucranianos leva uma vida pacífica comum e alguém já decidiu perseguir um compromisso político com o Kremlin.

Ao ignorar a exigência política fundamental da sociedade e dissimular a guerra, o governo perdeu a confiança do público e colocou-se no foco de descontentamento popular. Esta situação está sendo intensamente explorada pela propaganda russa. Assim, os principais pré-requisitos para o caos na Ucrânia estão no lugar.

A rede de mídia do Kremlin na Ucrânia: um coletivo "Russia Today" nos ombros dos revanchistas

A tolerância do governo aos números do regime de Yanukovych legitima sua influência mediática na Ucrânia pós-Euromaidana. 
Elas incluem não só os deputados Yanukovych-associados ou empresários que mudaram de lado e estão agora leais publicamente à Ucrânia um Estado: Serhiy Lyovochkin, Yevheny Murayev, Rinat Akhmetov, Andriy Derkach. 
Os engenheiros de todo o mecanismo de corrupção do regime de Yanukovych, os oligarcas Serhiy Kurchenko e Oleksandr Klymenko, estão vivendo e fazendo negócios na Rússia desde que a guerra começou, permanecendo sob vigilância 24/7 do FSB russo.

E ainda as participações de mídia de propriedade de, ou ligado aos dois - Korrespondent.net, FM rede estações de rádio, o jornal diário gratuito Vesti - estão operando com sucesso na Ucrânia. Assim, outras organizações de mídia supostamente controladas por outros personagens do antigo regime.

Ihor Huzhva distribui o jornal Vesti livre, um instrumento de ampla divulgação dos pró Kremlin de mensagens.

O deputado independente Yevhen Murayev, um revanchista aberto e ex-regionalista, está desenvolvendo seu próprio canal de notícias NewsOne TV. 
Ihor Guzhva, o ex-editor-chefe do jornal Vesti, está gerenciando o popular site de notícias Strana.ua. 
Outro canal de notícias, ZIK TV, subiu ao nível nacional em meio à crise econômica causada pela guerra. 
Ao mudar para Kiev, a ZIK TV está sendo inundada com editores e âncoras do canal 112 supostamente controlado por Vitaliy Zakharchenko, o notório chefe de polícia da Ucrânia durante a Euromaidan que fugiu para a Rússia e expressa visões anti-Ucrânia extremas e NewsOne TV, bem como de Radio Vesti.

À primeira vista, todas as mídias revanchistas observam o pluralismo das opiniões políticas enquanto trabalham para calmar o regime de Yanukovych e desacreditar a revolução da Euromaidan. 
Estes meios normalmente abster-se de Ukrainophobia e tomada de falso óbvio, ao contrário de como é feito na Rússia.

Mas uma única estratégia de manipulação pode ser claramente identificada na abordagem editorial de toda a mídia controlada pelos revanchistas: incitar o absurdo, provocar caos e incerteza entre o público. 
Essa estratégia é realizada realizando várias tarefas semânticas.

Em primeiro lugar, os limites lógicos da discussão e o contexto das notícias estão sendo expandidos artificial e manipuladamente até a extensão do absurdo. 
Ao ponto em que um espectador leigo perde quaisquer pontos de referência racionais e líderes de opinião. 
O tema principal para essa "terapia absurda" é a questão da agressão russa. 
Todos os canais de TV acima mencionados regularmente relatam os desenvolvimentos de guerra de Donbas, bem como sobre as atividades de subversão da Rússia em outros lugares da Ucrânia, citando os porta-vozes militares, o Serviço de Segurança da Ucrânia etc. 
Além disso, no entanto, há "políticos" e "especialistas" diariamente aparecendo no ar para negar de fato a invasão russa, ou ressaltar que a Ucrânia é a culpa da guerra. 
Os "jornalistas" em questão, no entanto, nem tentam apontar essa evidente contradição para o público ou para esses entrevistados (para não mencionar para deixar de buscar mais comentários). 
O público está sendo imerso deliberadamente em uma interpretação absurda.

Por exemplo, a ex-deputada da Rússia, Ilya Ponomaryov, disse uma vez à ZIK TV que a invasão de Putin em 2014 foi de fato causada pela tentativa do Parlamento da Ucrânia de abolir a lei do idioma de 2010, concedendo status privilegiado à língua russa. 
O político Inna Bogoslovska, no NewsOne TV, expressou a idéia de que "os russos e os ucranianos foram feitos inimigos". 
No mesmo canal de TV, a âncora Yevhen Chervonenko declara: "Nos tempos de guerra, devemos procurar coisas que se unem, antes não dividir à parte

Uma tática similar de manipulação semântica já foi usada há anos no Ocidente: pela rede de propaganda do governo da Rússia, incluindo a Russia Today, Sputnik etc.

Lá, "pontos de vista alternativos" foram gradualmente tecidos na cobertura de tópicos nacionais e internacionais. 
Estas incluem as opiniões como aquela mudança climática artificial, ou que o Holocausto dos judeus são enganações; a União Europeia oprime e explora os países mais pobres da UE; A Georgia's Rose e as revoluções da Ucrânia na Orange foram meramente golpes organizados pela CIA.

Em segundo lugar, a rede de mídia revanchista demonstravelmente manipula questões e números de assuntos atuais. 
Os tópicos que são insignificantes em termos de realidade factual e dados sociológicos são excessivamente abrangidos, e vice-versa. 
Na maioria das vezes, a corrupção é retratada como sendo mais importante do que a agressão russa em curso. 
Políticos marginais e comentaristas com biografias e realizações que não oferecem motivos para o interesse jornalístico estão sendo promovidos muito mais do que eles merecem. Figuras completamente desacreditadas do regime de Yanukovych agora estão sendo impostas ao público como autoridades morais e especialistas em todos os assuntos, juntamente com outros pseudo figuras. 
Uma realidade aumentada absurda está sendo criada nas mentes de telespectadores e ouvintes.

O caso mais marcante da manipulação dos personagens de notícias é o MP independente Vadym Rabynovych. 
Ele não ocupou nenhum cargo do governo, não pode comentar com competência sobre qualquer questão de política específica. 
Apesar disso, desde que a invasão da Rússia começou, Rabynovych foi exagerada precisamente pela mídia controlada por revanchistas e ex-figuras de Yanukovych que escaparam para a Rússia. 
Ao longo dos últimos três anos, este grupo de mídia o transformou em uma personalidade reconhecível, um candidato presidencial viável, de acordo com as pesquisas recentes.

Em terceiro lugar, os meios de comunicação em questão exageram sistematicamente o tamanho e o significado dos problemas domésticos da Ucrânia. 
Pior ainda, eles tendem a minimizar as conseqüências da agressão russa, bem como a influência da Rússia na Ucrânia desde a independência do país em 1991. 
Enquanto os deputados revogados revoltórios continuam negando a responsabilidade do Kremlin pela guerra, seus meios de comunicação escondem artificialmente o problema da agressão russa no fluxo de outras notícias, empurrando as informações do lixo para a frente.

Um exemplo típico é a questão secundária da existência formal da coligação do parlamento, um dos critérios para a decisão discricionária do presidente de demitir o Parlamento. 
Os meios de comunicação revanchistas retratar este tema geeky, com todos os detalhes de compromissos inter-partidárias, como uma questão importante público.

Em quarto lugar, a rede de mídia revanchista supera artificialmente tópicos que aprofundam desentendimentos públicos e radicalizam pontos de vista. 
Por exemplo, em meados de maio de 2017, várias mídias de mídia pró-Kremlin inexplicemente trouxeram a "Marcha da Igualdade" LGBT, que deveria ocorrer na última década de junho. 
Além disso, ela afeta muito poucos ucranianos: o número de participantes das paradas gays e seus oponentes activos nunca ultrapassou vários milhares em todo o país.

Em quinto lugar, de tempos em tempos, o grupo de mídia revanchista recorre à transmissão primitiva da propaganda do Kremlin. 
Por exemplo, Nadiya Savchenko, o deputado independente que também é um membro residente da NewsOne TV, repete regularmente os pontos de conversa do presidente russo Putin e do ministro das Relações Exteriores, Lavrov, como "estamos condenados a viver em um país (com os pseudo separatistas russos) de qualquer forma, precisamos ouvi-los. "Um recente show de entrevistas com Mikheil Saakashvili no ZIK apresentou uma" pesquisa de rua ", onde todos os entrevistados confirmaram o ponto da âncora: a guerra com a Rússia continua porque o governo ucraniano se beneficia disso.

O ex-presidente da Geórgia, Mikheil Saakashvili (R), como apresentador de talk show na ZIK TV.

Assim, a audiência está sendo intencionalmente lavada com as impressões do absurdo desesperado da situação, incompetência institucional eterna do estado ucraniano, falta de esperança e perspectiva.

Os principais canais de TV da rede informal do pro-Kremlin, 112 e NewsOne, ofereceram ao mercado um formato de transmissão de notícias revolucionário (e muito caro) com uma participação ininterrupta de comentaristas externos: políticos, ativistas e pundits. 
Muitos desses convidados admitem que esses meios de comunicação são controlados pelos inimigos da Ucrânia, mas, no entanto, justificam suas próprias aparências na oportunidade de "fornecer aos espectadores um ponto de vista alternativo".

Mas o curso e o escopo da discussão não são determinados pelos hóspedes do estúdio. Este formato de transmissão é usado apenas para impor o falso equilíbrio de pensamentos e legitimar as manipulações semânticas acima descritas com os convidados externos do estúdio, que são apenas "balastros" para editores que construam o contexto temático e emocional necessário. 
O ruído discordante, criado pela mistura de comentadores bem conhecidos, completamente desconhecidos e, às vezes, estranhos, reforça a atmosfera do caos e do absurdo. 
Os espectadores não preparados lutam para chegar a sua opinião final sobre qualquer questão. 
As mentes ficam desesperadas após essa "discussão", que é o efeito pretendido.

É assim que a mídia controlada por antigos "pesos pesados" do regime de Yanukovych cria a atmosfera de caos, desespero e apatia na Ucrânia. 
Esta atmosfera provavelmente prejudicará o apoio público da coligação governante e, finalmente, deslegitimará a presidência de Poroshenko. 
Mais importante ainda, isso pode complicar significativamente a guerra defensiva contra a Rússia.

Os Cavaleiros do Caos

A revolução da dignidade e da guerra têm mostrado uma capacidade incrível de ucranianos para se unir e se auto-organizar. 
Para alcançar o caos na Ucrânia, o Kremlin agora empurra para lutar internamente entre não só políticos e oligarcas, mas também líderes da nossa sociedade civil. 
Alguns deles podem ser razoavelmente suspeitos de colaboração com o agressor. 
A maioria dos infiadores, no entanto, são idiotas úteis. 
Por esta expressão, diplomatas soviéticos e espiões denotado ativistas ocidentais, usados sem o seu conhecimento pela URSS durante a Guerra Fria.

Ativistas anticorrupção

Os doadores ocidentais têm tradicionalmente apoiado projectos de ONGs da Ucrânia destinados a promover a chamada democracia participativa. 
Eles deveriam enfrentar a fraqueza institucional e a corrupção "de fora" através do envolvimento máximo da mídia e da sociedade civil. 
Em primeiro lugar, são jornalistas e ativistas especializados em atividades anticorrupção. Isso criou um novo conjunto de contra-elite da Ucrânia, composto por figuras financiadas por subsídios. 
Eles se tornaram líderes de opinião pública já durante a regra de Yanukovych e desempenharam um papel inestimável antes e durante a revolução da Euromaidan. 
A sua dominação total do debate público ainda seria razoável se não fosse uma realidade completamente nova: a guerra agressiva da Rússia contra a Ucrânia.

Conforme afirmado acima, o novo governo não conseguiu satisfazer a procura das pessoas pela reforma - provocando um assalto agressivo e sem precedentes por ativistas que exigem o desmantelamento final do sistema corrupto. 
A partir de agora, no entanto, essa ofensiva inicialmente justa já se transformou em uma guerra política infernal para matar. 
Uma guerra não tanto para mudanças, como contra as instituições do estado e o estado como um todo.

Um exemplo patológico do herostratismo "anti-corrupção" é fornecido pelo deputado e ex-jornalista Serhiy Leshchenko. 
Ele veio de uma maneira surpreendente das campanhas anti-corrupção apontadas para os altos funcionários, recentemente, negando o próprio fato da agressão russa. 
A guerra em Donbas, de acordo com o Sr. Leshchenko, continua apenas porque o governo ucraniano quer continuar roubando os contratos de defesa. 
Além disso, ele está realmente transmitindo a propaganda do Kremlin sobre uma suposta "proibição da língua russa" por Poroshenko, além de chamar a política de descomplicação do estado absurda.

MP Serhiy Leshchenko (à direita) na Verkhovna Rada. Kyiv, 20 de março de 2017.

A maioria das figuras anti-corrupção são difíceis de suspeito de ligações com a Rússia. 
No entanto, a maioria deles são, conscientemente ou não, tentando absolutizar “anti-corrupção” além de qualquer limite racionais. 
Esses líderes de opinião pública estão empurrando para substituir completamente a agenda do país, apresentando a corrupção como o único mal da Ucrânia e combatendo como o único objetivo público.

Com isto, a corrupção é um tema quente para todos os meios pró-Kremlin na Ucrânia. 
Eles fazem o seu melhor para exagerar a discussão anti-corrupção, para amplificar a sua ressonância, para manipulá-la emocionalmente. 
Qualquer fato ou meia fofocas sobre corrupção obter o interesse prioritário deste pool de mídia.

Os ativistas estão felizes em usar a mídia pró-Kremlin para transmitir seu protesto "anticorrupção". Em seu justo confronto com o governo, eles não se afastam de qualquer mídia.

Apatia sobre a Ucrânia está sendo instigado também no exterior. 
O Ocidente, que descobriu a nova Ucrânia da Euromaidan anticorrupção no inverno de 2014, agora está sendo alimentado com uma imagem tendenciosa de um território frágil e pós-soviético irremediavelmente corrompido. 
A alimentação está sendo feita com a participação mais ativa dos agentes da Rússia no Ocidente, como o Representante do Congresso dos EUA, Rohrabacher ou o deputado francês Thierry Mariani, e os meios de comunicação do Kremlin de língua inglesa.

O mesmo se aplica à liberdade de expressão, uma questão sensível tanto para a Ucrânia quanto para o Ocidente. 
Este é agora um dos temas centrais do Bloco da Oposição - um grupo de funcionários corruptos que uma vez agarraram o poder nos Donbas na década de 1990 precisamente "pacificando" os jornalistas locais. 
Quanto aos ativistas anticorrupção, sua atual retórica de "liberdade de expressão" contribui para defender as explorações de mídia revanchista, que felizmente lhes dão tempo de ar para instigar o desespero da corrupção na Ucrânia.

Comedores de doações

Outro grupo de idiotas úteis da Moscovo na Ucrânia são beneficiários liberal-esquerdistas de certas ONGs patrocinadas pela ajuda ocidental que impulsionam a propaganda pacifista e cosmopolita. 
Eles se opõem cada vez mais ao exército ucraniano e aos nacionalistas, de fato se associando ao agressor russo. 
Entre a agenda prosseguida é uma campanha contra o chamado discurso de ódio na mídia, na verdade dirigida contra a verificação de factos, a liberdade de expressão e a censura. Em tempo de guerra, tudo isso só poderia estimular o caos e protestar de forma saudável contra tal assistência ao Kremlin, em vez de promover valores liberais.

Precisamos lembrar que o movimento anti-guerra foi criado pelo KGB soviético durante a Guerra Fria - e agora é usado ativamente na hipertensão russa no Ocidente, onde figuras com vínculos comprovados do Kremlin recorrem ao populismo pacifista, não só entre os progressistas da esquerda, mas também a extrema direita. 
Ambas as asas de “combatentes pela paz” são amplamente representada, por exemplo, entre os convidados do Russia Today, uma tomada de televisão estatal da Rússia

"Poroshenko bots"

Os euro-liberais anticorrupção são os mais poderosos, mas não o único grupo gerador de caos na sociedade ucraniana. 
O discurso público também está sendo manipulado por seus oponentes, defensores de Poroshenko, às vezes rotulados como "bots de Poroshenko", e são particularmente ativos nas mídias sociais. 
Os intelectuais que servem o governo empregam várias idéias políticas tóxicas, em primeiro lugar, a "vitória e a traição" do meme. 
Essa tática de comunicação super cínica foi projetada para acalmar o público sobre o processo de paz de Minsk e outras falhas da administração de Poroshenko ao absurdizar qualquer crítica de falhas. 
Na realidade da guerra, no entanto, uma desvalorização deliberada dos conceitos morais "traição" e "vitória" provoca depressão e a dupla reação da apatia da maioria e a radicalização da minoria. 
Ao mesmo tempo, esta cena muito "Poroshenko bot" faz tentativas de intimidar as figuras liberais anticorrupção por sua falta de patriotismo percebido

Outra estratégia de "Poroshenko bot" mais primitiva e igualmente prejudicial, está produzindo mitos sobre a contra-ofensiva não-militar inexistente existente na Rússia, o chamado Plano de Anaconda, que estrangula gradualmente o regime de Putin, ou a morte prevista de petróleo e economia de gás. 
O propósito desta manipulação é semelhante ao meme "traição-vitória": justificar o absurdo "plano de paz" de Poroshenko criando a ilusão de que o Ocidente consertará tudo em vez da Ucrânia. 
Isso leva dois resultados que induzem o caos. 
Por um lado, as manipulações contextuais resultam na negação indireta de uma ameaça militar real da Rússia. 
Por outro lado, se o Ocidente tem tudo sob controle de qualquer maneira, por que a Ucrânia só chamaria eleições parlamentares e presidenciais instantâneas agora, como as procuras da oposição, em meio à guerra?

Ucraniano de extrema direita e neonazis

O grupo mais antigo de idiotas úteis da Rússia é o ucraniano de extrema direita e neonazis. Suas respostas para a guerra em Donbas, a crise do Ocidente liberal e o capitalismo podem ser sinceras, mas são principalmente absurdas e úteis para o Kremlin. 
O uso de símbolos nazistas é incompatível com a defesa da Ucrânia contra o "mundo russo", pois a Federação Russa é uma reencarnação do Terceiro Reich em quase todos os detalhes. 
Métodos comunistas de "ação direta", como ameaças de violência e intimidação que os grupos ucranianos de extrema-direita usam todos os dias, são abomináveis em defender a Pátria (ou Nação) no mundo moderno.

Uma crise controlada pelo Kremlin

O que temos na Ucrânia é uma crise política controlada de longa duração. 
É controlada pelo Kremlin. 
É um contínuo e girado spin-off de inúmeras acusações e insultos que às vezes gera pontos absurdos. 
Por exemplo, alguns ativistas públicos conhecidos realmente acusaram o presidente Poroshenko de assassinar o jornalista bielorrussso-ucraniano Pavlo Sheremet, uma reivindicação não apoiada por evidências.

Um país chaotizado com lutas internas é um alvo ideal para a agressão externa. 
Isto aplica-se ao ataque da Rússia não apenas à Ucrânia.

A interferência do Kremlin com a política do Oeste também está focada em fomentar um conflito civil, não em levar os agentes de Moscovo ao poder, nem em estabelecer um consenso pró-Rússia.

O Kremlin buscou e, em alguns países, conseguiu, uma paralisia de elites causada por uma discussão intensa e sem fim de dilemas falsos ou questões que polarizam a sociedade. 
O caso mais importante desta chaotização é o novo presidente norte-americano Donald Trump. 
O Trump Factor é projetado para agitar a instabilidade doméstica na América, criando ansiedade e "vácuo de influência" em todo o mundo. 
O vácuo, que o Império Putin espera preencher.

Da mesma forma, a sociedade da Ucrânia está sendo "ajudada" a se fixar em problemas domésticos e desconsiderar a verdadeira escala da ameaça do Kremlin. 
Em primeiro lugar, isso praticamente paralisa a capacidade da Ucrânia de se defender de um agressor descarado. 
O debate incivil e as acusações mútuas sobre, às vezes, questões insignificantes, distraem a atenção de muitos do fato de que a Rússia está tentando destruir nossa condição de estado, para escravizar os ucranianos para sempre. 
Há outra ameaça grave do chaotizar das elites ucranianas: o público pode responder a esse caos com armas e sangue

Sobre os autores: Mykhailo BASARAB e Maksym SERDIUK são analistas na Ucrânia com a Korner Solutions. Ambos têm em estudos políticos e sociais, bem como em comunicações, eleições, crises e consultoria de risco. Mykhailo Basarab também é um comentarista de convidados regular para várias mídias da Ucrânia.

Este artigo foi traduzido e anotado por Yuliya Shpak e Maksym Serdiuk. O texto foi encurtado pelos editores da Euromaidan para ajustar o formato do artigo do site.