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sexta-feira, 21 de julho de 2017

Oliveira ofereceu viagens a deputados do PSD ao Euro

PSD
Luís Rosa e Vitor Matos - 4/8/2016, 0:49
Luís Montenegro, líder parlamentar do PSD, Hugo Soares e Luís Campos Ferreira também foram ao Euro com viagens pagas por Joaquim Oliveira

Pelo menos três deputados do PSD foram a jogos do Euro 2016 a convite do empresário Joaquim Oliveira, apurou o Observador: Luís Montenegro, líder do grupo parlamentar do PSD, Hugo Soares, vice-presidente da mesma bancada e Luís Campos Ferreira, deputado e ex-secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros.

Tanto Luís Montenegro como Hugo Soares terão ido a dois jogos, com bilhetes e viagens oferecidos pelo dono da Olivedesportos: à meia-final com o País de Gales, em Lyon, e à final de Portugal com a França, em Paris. 
Luís Campos Ferreira assistiu à meia-final, mas não foi possível confirmar a sua ida ao jogo que deu o título a Portugal. 
As viagens terão sido efetuadas através da Cosmos, a mesma agência — especializada em eventos desportivos — que forneceu os bilhetes que a Galp ofereceu ao secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Fernando Rocha Andrade.

Em Lyon, os três deputados terão almoçado com o empresário no restaurante Brasserie George, um estabelecimento histórico, fundado em 1836. 
Também esta conta terá sido paga por Joaquim Oliveira. 
Contactado pelo Observador, o deputado Luís Campos Ferreira não quis fazer quaisquer declaração, alegando tratar-se da sua “vida privada”. 
Apesar das tentativas, não foi possível obter uma reação de Luís Montenegro e de Hugo Soares. 
O Observador contactou Joaquim Oliveira, mas o empresário não quis falar.

Pedro Passos Coelho também foi assistir ao jogo da final, com o secretário-geral do partido José Matos Rosa, mas ao que o Observador apurou, tanto o líder do partido como o dirigente que o acompanhou pagaram a viagem e os bilhetes do seu próprio bolso.


Desde 2010 que o Código Penal passou a prever o “recebimento indevido de vantagem”, que pune com “pena de prisão até cinco anos ou com pena de multa até 600 dias” os funcionários ou titulares de cargos políticos que aceitarem “vantagem patrimonial ou não patrimonial, que não lhe seja devida”
A alínea 3 deste artigo, no entanto, diz o seguinte: “Excluem-se dos números anteriores as condutas socialmente adequadas e conformes aos usos e costumes”. 
Não é por acaso que o secretário de Estado Fernando Rocha Andrade tenha dito que “encara com naturalidade, e dentro da adequação social”, a aceitação de dois convites da Galp para assistir a dois jogos da seleção no euro 2016.

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