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quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Neste ano pode haver uma crise geopolítica global, avisa a Eurasia

O QUE AÍ VEM EM 2018
Público
3 de Janeiro de 2018, 0:06
A Eurasia diz que Donald Trump e Xi Jinping são duas possíveis fontes de problemas para 2018

Consultora de risco divulgou a sua habitual lista de riscos para o ano que começa. De Donald Trump, ao crescente poder de Xi Jinping, passando pelo Irão, 2018 pode ser o ano de uma "depressão geopolítica".

A consultora de risco Eurasia Group já divulgou a sua tradicional lista de riscos para o ano que agora começa que costuma servir de base para a discussão no Fórum Económico Mundial realizado em Davos, na Suíça. 
As perspectivas não são boas, principalmente no campo geopolítico, com a empresa a prever uma crise neste âmbito equivalente à crise financeira de 2008.

“No ano passado, escrevemos que o mundo estava a entrar num período de recessão geopolítica”, lê-se no relatório divulgado pela Eurasia, acrescentando que, com a eleição de Donald Trump como Presidente dos Estados Unidos, o “mundo está agora mais perto da depressão geopolítica do que a reversão para a estabilidade do passado”. 
E, segundo o relatório, esta situação fez com que o risco de um acidente imprevisto seja maior e que isso possa desencadear uma crise.

Esta é uma visão geral que a Eurasia tem para 2018. 
Mas na lista, apresentada nesta terça-feira, elencam-se outros riscos como os perigos da cibersegurança, do terrorismo, dos conflitos com a Coreia do Norte, Síria ou Rússia.

O primeiro risco identificado pela Eurasia é mesmo a China e o poder que o seu líder, Xi Jinping, colheu durante o congresso do Partido Comunista chinês. 
Afirmando que a China alterou a sua estratégia no decorrer do ano passado, o relatório defende que o único interesse daquele país é a liderança económica e tecnológica mundial, aproveitando “o vácuo de poder” criado por Donald Trump.

Outro dos riscos elencados é a actual “guerra fria tecnológica” à boleia da “revolução da inteligência artificial”, que acrescenta poder às “organizações hierárquicas” para controlar e alterar informação. 
“Mas esta última vaga de inovação que está a ter lugar num tempo de tensões mais amplas dentro da Internet e espaços tecnológicos que vão ter um importante papel para os mercados globais em 2018”, lê-se no documento.

De seguida passa-se para o México, onde a Eurasia receia que as negociações sobre o acordo de comércio livre entre os EUA e o Canadá corram mal e o futuro político daquele país com uma possível eleição de Andrés Manuel López Obrador: “Os investidores estão acostumados a resultados positivos na política mexicana; Lopez Obrador pode mudar isso”, diz o relatório, explicando que estes dois factores podem provocar grande instabilidade nos mercados.

As relações entre os EUA e o Irão poderão também ser fonte de problemas para o mundo este ano. 
Não só no campo geopolítico mas também nos mercados, especialmente o energético, com a ameaça do fim do acordo nuclear entre os dois países.

A continuidade da proliferação de populismos, o Reino Unido e a perspectiva de um 2018 pior do que 2017, com as negociações do “Brexit”, a crise de identidade política no Sul da Ásia e a segurança em África são os outros perigos que a Eurasia diz que podem abalar o mundo da pior forma neste ano.

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