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sexta-feira, 18 de julho de 2014

Precisará o mundo de novas uniões monetárias?

Oleg Obukhov 4 Julho, 14:21
Ao criarem em 1944 o sistema Bretton Woods de gerenciamento econômico internacional, os políticos e economistas quiseram dar nova vida à economia mundial, exausta pela guerra.

Hoje, os peritos divergem quanto à opinião de saber se o sistema Breton Woods “morreu” depois de reformas radicais ou simplesmente mudou, tendo o dólar conservado o seu papel dominante. De uma forma ou de outra, os economistas, na procura de saída da crise atual, continuam a enfrentar os mesmos problemas de há 70 anos.

Quando o sistema Breton Woods foi criado, a organização financeira mundial era muito diferente das realidades atuais. Os analistas comparam-na a um motor a vapor que, no seu tempo, foi um verdadeiro salto em frente.

O sistema Bretton Woods funcionou bem durante cerca de 30 anos. Durante esse tempo, o volume do comércio mundial aumentou quase cinco vezes, especialmente na segunda metade do século passado, que os peritos chamam o “século de ouro” da economia de mercado. Mas não há nada que seja eterno... Hoje, o sistema Bretton Woods já pode ser considerado um resquício do passado, afirma o analista Ivan Fomenko:

“A estrutura da economia mundial mudou fortemente. Apareceram novos países, cujas divisas começaram a ser pontos de orientação para os investidores. Mudaram muito as condições de transferência de uma economia para outra. Tudo isso não estava inicialmente previsto no sistema Bretton Woods. Quando ele foi criado, previram-se ações dos Bancos Centrais completamente diferentes daquelas com que os BC dos EUA, Grã-Bretanha e União Europeia operam hoje. Ou seja, apareceram novos instrumentos monetários que não permitem ao sistema Bretton Woods existir da forma que foi inicialmente a cordada”.

Para muitos economistas, o sistema Bretton Woods já não existe. Segundo eles, o seu “último suspiro" ocorreu no início dos anos de 1970. Já passou o tempo em que o dólar era a medida universal. Já então se tornou claro que uma moeda não está em condições de dominar sobre todas as outras.

Nas condições do multipolarismo, o êxito financeiro é garantido por todos os ativos da economia, e não apenas por uma parte. É verdade que o dólar continua sendo a principal moeda de reserva, mas isso é-lhe cada vez mais atribuído apenas como um título e nada mais. Só porque a economia dos EUA continua sendo considerada a maior e mais eficaz. Aproxima-se a China, cujo yuan demonstra de forma cada vez mais segura a sua força. Porém, não vale a pena pensar que o yuan vai substituir brevemente o dólar e se vai tornar na principal moeda, considera o analista financeiro Igor Nikolaev:

"O futuro próximo não pertence a uma só moeda. O mais provável, do ponto de vista da multipolaridade da economia mundial e das moedas de reserva internacionais fundamentais existentes, é que não irá haver uma moeda dominante mas várias. Num futuro próximo, são elas o dólar, o euro e o yuan. Claro que, por enquanto, o yuan não é concorrente do dólar e do euro, mas não dúvida de que, dentro de dez anos, ele estará na mesma fila dessas moedas”.

Ao fazerem prognósticos sobre a futura organização do sistema monetário mundial, os peritos perdem-se em suposições. Uns consideram que pode ser criada uma moeda artificial, semelhante ao euro. Outros defendem que contra isso estarão muitos países que não querem perder o seu símbolo monetário. E os primeiros entre eles são a Rússia e a China. Terceiros profetizam uma segunda vida do sistema Bretton Woods, que será remendado com novas regras. E, então, o dólar continuará a ter o principal papel.


Há outra opinião: dentro em breve, cada país irá puxar para o seu lado e não só não aparecerão novas uniões monetárias, mas desaparecerão todas da face da Terra. E o ouro voltará a ser a medida monetária.

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