Ao criarem em 1944 o sistema Bretton Woods de gerenciamento econômico internacional, os políticos e economistas quiseram dar
nova vida à economia mundial, exausta pela guerra.
Hoje, os peritos divergem quanto à opinião de saber se o
sistema Breton Woods “morreu” depois de reformas radicais ou simplesmente
mudou, tendo o dólar conservado o seu papel dominante. De uma forma ou de
outra, os economistas, na procura de saída da crise atual,
continuam a enfrentar
os mesmos problemas de há 70 anos.
Quando o sistema Breton Woods foi criado, a organização
financeira mundial era muito diferente das realidades atuais. Os analistas comparam-na
a um motor a vapor que, no seu tempo, foi um verdadeiro salto em frente.
O sistema Bretton Woods funcionou bem durante cerca de 30
anos. Durante esse tempo, o volume do comércio mundial aumentou quase cinco
vezes, especialmente na segunda metade do século passado, que os peritos chamam
o “século de ouro” da economia de mercado. Mas não há nada que seja eterno...
Hoje, o sistema Bretton Woods já pode ser considerado um resquício do passado,
afirma o analista Ivan Fomenko:
“A estrutura da economia mundial mudou fortemente.
Apareceram novos países, cujas divisas começaram a ser pontos de orientação
para os investidores. Mudaram muito as condições de transferência de uma
economia para outra. Tudo isso não estava inicialmente previsto no sistema
Bretton Woods. Quando ele foi criado, previram-se ações
dos Bancos Centrais
completamente diferentes daquelas com que os BC dos EUA, Grã-Bretanha e União Europeia
operam hoje. Ou seja, apareceram novos instrumentos monetários que não permitem
ao sistema Bretton Woods existir da forma que foi inicialmente a cordada”.
Para muitos economistas, o sistema Bretton Woods já não
existe. Segundo eles, o seu “último suspiro" ocorreu no início dos anos de
1970. Já passou o tempo em que o dólar era a medida universal. Já então se
tornou claro que uma moeda não está em condições de dominar sobre todas as
outras.
Nas condições do multipolarismo, o êxito financeiro é
garantido por todos os ativos da economia, e não apenas por uma
parte. É verdade que o dólar continua sendo a principal moeda de reserva, mas
isso é-lhe cada vez mais atribuído apenas como um título e nada mais. Só porque a economia
dos EUA continua sendo considerada a maior e mais eficaz. Aproxima-se a China, cujo yuan
demonstra de forma cada vez mais segura a sua força. Porém, não vale a pena
pensar que o yuan vai substituir brevemente o dólar e se vai tornar na
principal moeda, considera o analista financeiro Igor Nikolaev:
"O futuro próximo não pertence a uma só moeda. O
mais provável, do ponto de vista da multipolaridade da economia mundial e das
moedas de reserva internacionais fundamentais existentes, é que não irá haver
uma moeda dominante mas várias. Num futuro próximo, são elas o dólar, o euro e
o yuan. Claro que, por enquanto, o yuan não é concorrente do dólar e do euro,
mas não há dúvida de que, dentro de dez
anos, ele estará na mesma fila dessas moedas”.
Ao fazerem prognósticos sobre a futura organização do
sistema monetário mundial, os peritos perdem-se em suposições. Uns consideram que
pode ser criada uma moeda artificial, semelhante ao euro. Outros defendem que
contra isso estarão muitos países que não querem perder o seu símbolo
monetário. E os primeiros entre eles são a Rússia e a China. Terceiros
profetizam uma segunda vida do sistema Bretton Woods, que será remendado com
novas regras. E, então, o dólar continuará a ter o principal papel.
Há outra opinião: dentro em breve, cada país irá puxar
para o seu lado e não só não aparecerão novas uniões monetárias, mas
desaparecerão todas da face da Terra. E o ouro voltará a ser a medida
monetária.
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