Blog de análise, discussão, sobre assuntos de Economia, Mercados, Finanças e Política Nacional e I

Blog de análise, discussão, sobre assuntos de Economia, Mercados, Finanças e Política Nacional e I
Blog de análise, discussão, sobre assuntos de Economia, Mercados, Finanças, Política Nacional e Internacional e do Mundo

quarta-feira, 18 de março de 2015

O tom mudou, a mensagem nem tanto

EDITORIAL
DIRECÇÃO EDITORIAL 17/03/2015 - 19:12
Os técnicos do FMI usam agora um tom conciliador para dizer que ainda há mais reformas por fazer.


No final de Janeiro, o FMI publicou o primeiro relatório de avaliação após o resgate da troika. 
E foi pouco meigo nas críticas que fez ao Governo. 
Os técnicos de Washington diziam então que a vontade de fazer reformas tinha esmorecido nos últimos seis meses e que no período pré-eleitoral “a tentação de adoptar políticas populistas deverá aumentar”. 
As insinuações caíram bastante mal em São Bento e foi o próprio director executivo do Fundo para Portugal que saiu em defesa do Governo. 
Carlo Cottarelli disse na altura que "as eleições são uma característica bem-vinda dos regimes democráticos e não devem ser apresentadas como acontecimentos disruptivos dos processos de reforma".

E foi mais longe, dizendo que os técnicos nem sequer fizeram os devidos elogios ao país. Foi o quanto bastou (e uma carta de Maria Luís Albuquerque a queixar-se ao comissário europeu) para que o FMI mudasse radicalmente o tom da conversa. 
Nesta terça-feira, no retrato que faz do país no chamado Artigo 4.º, o Fundo começa precisamente por elogiar os resultados (positivos) alcançados pelo programa de ajustamento e recordar o reembolso antecipado de parte do empréstimo do FMI. 
Depois repete o que tinha dito em Janeiro – que o ritmo das reformas abrandou ou parou –, só que num tom menos presunçoso e de maior cordialidade.

Se a forma mudou, o conteúdo da mensagem praticamente ficou inalterado. 
E nem podia mudar, a bem da coerência, pois só se passaram dois meses. 
O FMI continua a exigir mais reformas que, para Washington, têm de passar por mudanças no mercado de trabalho, nos salários, pensões e nos sectores mais protegidos da concorrência. 
E aqui regressamos ao relatório de Janeiro do Fundo; será que em ano eleitoral haverá algum ímpeto reformista?

Sem comentários:

Enviar um comentário