26-11-2013 16:08
Cortes nos salários e nas pensões "podem ter impacto negativo sobre a
procura interna e, assim, dificultar a recuperação do emprego".
O Banco de Portugal (BdP) avisa que as medidas previstas no Orçamento do
Estado para 2014 podem levar famílias e empresas a não conseguirem pagar os
empréstimos assumidos.
O Relatório de
Estabilidade Financeira, divulgado esta terça-feira, refere que apesar dos
sinais de recuperação dados pela economia este ano, há ainda um "elevado
grau de incerteza" quanto à sua evolução, assim como a evolução do desemprego,
o que a somar-se às medidas previstas no Orçamento para 2014 - que cortam o
rendimentos dos reformados e funcionários com impacto no aumento públicos -
coloca riscos sobre o sistema financeiro nacional,
do crédito malparado.
do crédito malparado.
"Estes
desenvolvimentos podem ter impacto negativo sobre a procura interna e, assim,
dificultar a recuperação do emprego, com eventual reflexo no número de famílias
que possam vir a confrontar-se com a impossibilidade de garantir os
compromissos de créditos assumidos", lê-se no documento
publicado pela instituição liderada por Carlos Costa.
O crédito malparado
dos particulares tem continuado a aumentar, sobretudo nos empréstimos ao
consumo e outros fins, tendência que se verifica desde 2008.
Já quanto ao
incumprimento no crédito à habitação, segundo o Banco de Portugal, tem-se verificado uma "evolução mais moderada" e este está em
"níveis contidos".
No caso das empresas,
o Banco de Portugal mostra-se
preocupado com o endividamento destas, num momento de
baixa rendibilidade ou mesmo prejuízos.
Também aqui o BdP vê
riscos de persistência ou mesmo aumento do incumprimento e da incapacidade de
as empresas conseguirem financiamento para projectos devido ao já elevado nível
de endividamento, pelo que volta a sublinhar a necessidade de diversificação
das fontes de financiamento.
O Relatório de
Estabilidade Financeira hoje divulgado pelo Bando de Portugal refere que o rácio
de incumprimento das empresas atingiu no final do primeiro semestre
"níveis máximos desde o início da área do euro", com 30% das empresas
em situação de incumprimento.
O documento refere
ainda que este rácio era em Junho do dobro dos 15% registados no início da
crise financeira, em 2008. Quanto ao montante de crédito, o rácio de crédito
malparado era em Junho de cerca de 12% dos empréstimos totais obtidos pelas
empresas.
Os sectores da
construção, sobretudo, mas também imobiliário e comércio são os que mais
contribuem para o malparado.
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