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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Banco de Portugal avisa que Orçamento pode aumentar crédito malparado

 
26-11-2013 16:08
 Cortes nos salários e nas pensões "podem ter impacto negativo sobre a procura interna e, assim, dificultar a recuperação do emprego".

O Banco de Portugal (BdP) avisa que as medidas previstas no Orçamento do Estado para 2014 podem levar famílias e empresas a não conseguirem pagar os empréstimos assumidos.         

O Relatório de Estabilidade Financeira, divulgado esta terça-feira, refere que apesar dos sinais de recuperação dados pela economia este ano, há ainda um "elevado grau de incerteza" quanto à sua evolução, assim como a evolução do desemprego, o que a somar-se às medidas previstas no Orçamento para 2014 - que cortam o rendimentos dos reformados e funcionários com impacto no aumento públicos - coloca riscos sobre o sistema financeiro nacional,
do crédito malparado.

"Estes desenvolvimentos podem ter impacto negativo sobre a procura interna e, assim, dificultar a recuperação do emprego, com eventual reflexo no número de famílias que possam vir a confrontar-se com a impossibilidade de garantir os compromissos de créditos assumidos", lê-se no documento publicado pela instituição liderada por Carlos Costa.

O crédito malparado dos particulares tem continuado a aumentar, sobretudo nos empréstimos ao consumo e outros fins, tendência que se verifica desde 2008.

Já quanto ao incumprimento no crédito à habitação, segundo o Banco de Portugal, tem-se verificado uma "evolução mais moderada" e este está em "níveis contidos".


No caso das empresas, o Banco de Portugal mostra-se preocupado com o endividamento destas, num momento de baixa rendibilidade ou mesmo prejuízos.

Também aqui o BdP vê riscos de persistência ou mesmo aumento do incumprimento e da incapacidade de as empresas conseguirem financiamento para projectos devido ao já elevado nível de endividamento, pelo que volta a sublinhar a necessidade de diversificação das fontes de financiamento.

O Relatório de Estabilidade Financeira hoje divulgado pelo Bando de Portugal refere que o rácio de incumprimento das empresas atingiu no final do primeiro semestre "níveis máximos desde o início da área do euro", com 30% das empresas em situação de incumprimento.

O documento refere ainda que este rácio era em Junho do dobro dos 15% registados no início da crise financeira, em 2008. Quanto ao montante de crédito, o rácio de crédito malparado era em Junho de cerca de 12% dos empréstimos totais obtidos pelas empresas.


Os sectores da construção, sobretudo, mas também imobiliário e comércio são os que mais contribuem para o malparado.

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