07-01-2014
16:12 por Agência Ecclesia
Há muitas instituições "em apuros", alerta o padre Lino Maia.
O presidente da
Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), alertou
para a possibilidade destas instituições "colapsarem" com o aumento
da pobreza e consequente procura de apoio social que se prevê para este ano.
"O Estado tem de
estar atento, porque havendo um colapso das instituições, que têm sido uma
almofada social para os portugueses nos últimos anos, o país entra mesmo em
ruptura", disse esta terça-feira o padre Lino Maia.
Há muitas
instituições "em apuros" e o aumento da procura de ajuda que
"lamentavelmente se prevê" vai levar a que muitas instituições
"vivam sérias dificuldades sem um reforço de apoio financeiro por parte do
Estado", insiste.
Apesar do Orçamento
de Estado para 2014 "não prejudicar diretamente o sector solidário, afeta-o de forma indireta"
porque com a carga fiscal e os cortes nas pensões, "juntando-se ao desemprego que persiste, muitos utentes das instituições de
solidariedade vão diminuir as suas comparticipações, que já são por si baixas,
ficando assim ainda mais reduzidas" o que vai levar a que as instituições
se "deparem com dificuldades acrescidas" de sustentabilidade,
sustenta o presidente da CNIS.
O OE 2014 prevê o
alargamento da base de incidência da contribuição extraordinária de
solidariedade nas pensões e o aumento das contribuições dos beneficiários da
ADSE.
O cenário para o novo
ano não é, por isso, "agradável" e, na opinião do sacerdote, "se
não houver uma atenção acrescida a este sector da solidariedade”, é de temer
que “aconteça um abandono progressivo daquilo que é a matriz deste sector que é
o apoio aos mais necessitados".
Os reformados são uma
grande percentagem da população que frequenta as Instituições de Solidariedade
Social e "com estes cortes nas pensões vão ter de recorrer cada vez
mais" às mesmas, que "não podem deixar de responder aos pedidos de
ajuda dos idosos mais carenciados", explica Lino Maia.
Os órgãos da CNIS
estiveram reunidos em Fátima, onde começaram a preparar o congresso da
confederação que vai abordar, em 2014, temas como "a inovação e a
sustentabilidade do setor
solidário".
A reunião serviu
ainda para preparar o Dia Nacional da CNIS, a 15 deste mês, que vai ser
assinalado através de um documento com ideias que contribuam para a Reforma do
Estado por parte das Instituições de Solidariedade, de forma a criar um
"Estado seja mais competente, mais social, que não abandone os
cidadãos", conclui o padre Lino Maia.
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