Soldados ucranianos na cidade de Vohovakha, onde morreram pelo menos 13 militares
CLARA BARATA 22/05/2014 - 17:58NATO diz que há sinais de que russos podem estar a retirar algumas das tropas que mantêm junto à fronteira com a Ucrânia.
A três dias das eleições presidenciais na Ucrânia, o poder provisório de Kiev sofreu de novo pesadas perdas militares no Leste do país, onde continua a infrutuosa missão para desarmar os separatistas: pelo menos 13 soldados ucranianos foram mortos em ataques de milícias pró-russas, nas regiões de Donetsk e Lugansk.
Pelo menos 12 soldados foram mortos em Volnovakha, a cerca de 20 km para sul da cidade de Donetsk, avançou o Ministério da Defesa de Kiev, que anunciou ter sido repelida também uma tentativa de entrada em território ucraniano de homens armados provenientes da Rússia.
“O objecto [dos separatistas] era atacar a cidade de Volnovakha. As nossas tropas defenderam a cidade... Mas lamentavelmente, sob fogo de morteiros e lança-granadas, os nossos rapazes foram mortos”, anunciou o Presidente Oleksander Turchinov. Registaram-se ainda 18 feridos, pelo menos.
Em Lugansk, guardas fronteiriços dizem ter repelido uma incursão a partir de território russo por dezenas de homens armados com lançadores de granadas e espingardas e há pelo menos um morto e vários feridos.
De acordo com a ONU, pelo menos 127 pessoas - militares ucranianos e separatistas pró-russos - morreram nos confrontos violentos no Leste do país entre 13 de Abril e 16 de Maio. Em resultado destas mortes, Kiev pediu uma reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas, do qual a Rússia é um membro permanente, com a direito de veto. Mas o primeiro-ministro ucraniano, Arseni Iatseniuk, diz estar pronto a apresentar provas do que ele diz serem as tentativas de Moscovo “para potenciar o conflito”.
O ministro da Energia de Kiev denunciou ainda aquilo a que chamou “ataques de terroristas” contra quatro minas de carvão do grupo Lysychanskvuhillya no Leste da Ucrânia, que obrigaram à suspensão da produção. Os atacantes exigiam que lhes entregassem explosivos, indica a AFP, citando um comunicado do ministério.
Os separatistas de Donetsk e Lugansk - que declararam a independência - prometeram impedir as eleições de 25 de Maio, o que poderá impedir o acesso às urnas a dois milhões de eleitores. Já o Governo Provisório, para tentar garantir que as eleições de domingo decorrem com segurança, anunciou que estarão no terreno 55 mil polícias e 20 mil voluntários.
Mas as condições são precárias para que haja uma votação em segurança. A Rússia anunciou esta quinta-feira ter movido algumas das 40 mil tropas que tem concentrado junto à fronteira com a Ucrânia e, pela primeira vez, o secretário-geral da NATO, Anders Fogh Rasmussen, deu uma cautelosa confirmação de que de facto se pode estar a assistir a uma ligeira retirada dos russos. “Vimos uma limitada actividade militar que pode sugerir que algumas destas forças se estão a preparar para retirar”, escreveu no Twitter. Ainda assim, é uma concentração “muito grande” de tropas, comentou o comandante supremo da Aliança Atlântica na Europa, general Philip Breedlove.
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