PÚBLICO 11/05/2014
- 22:48 (actualizado às 23:07)
Segundo comissão eleitoral,
89,07% votaram a favor da separação da Ucrânia e 10,19% contra.
Quase 90% dos votantes terão dito “sim” à
autodeterminação da região de Donetsk, no Leste da Ucrânia, no referendo que
decorreu neste domingo, organizado por separatistas pró-russos e considerado
ilegal pela comunidade internacional.
A percentagem foi apresentada como resultado “definitivo”
pela auto-nomeada Comissão Eleitoral de Donetsk, segundo a qual a participação
no referendo foi de 74,8% dos eleitores, tendo o “sim” recebido 89,07% dos
votos expressos.
Os resultados do referendo que decorreu simultaneamente
na região vizinha de Lugansk ainda não são conhecidos, mas dificilmente serão
muito diferentes dos registados em Donetsk.
"Foi fácil contar os boletins, porque o número de
pessoas que votou contra era extremamente baixo", disse Roman Liaguine,
chefe da comissão eleitoral de Donetsk, citado pela AFP.
O governo de Kiev já qualificou como “farsa criminosa”
estes referendos, que mesmo o Presidente russo Vladimir Putin tentou adiar.
Ainda antes do anúncio dos resultados, o ministro dos Negócios Estrangeiros da
Ucrânia já tinha avisado que Kiev não reconhece a validade do referendo (“é
juridicamente nulo”), garantindo que não terá “nenhuma consequência jurídica na
integridade territorial da Ucrânia”.
Os resultados foram anunciados menos de uma hora depois
do encerramento das urnas. Estimava-se que 7,3 milhões de pessoas iriam às
urnas.
Este resultado era esperado, mas abre mais um campo d
divisão entre a Rússia e a comunidade internacional, que considera este
referendo ilegal e tem nas últimas semanas reforçado as sanções económicas à
Rússia.
As duas províncias da região industrial de Donbass
parecem assim querer seguir o destino da Crimeia, anexada em Março pela Rússia
na sequência de um referendo semelhante. Mas, ao contrário da Crimeia, o
conjunto destas duas províncias gera cerca de um terço da produção industrial
do país e constitui uma região muito densamente povoada.
Estas zonas do território estão actualmente sob o controlo
de rebeldes, que se recusam a reconhecer as autoridades provisórias em funções
em Kiev, após a queda do Presidente Viktor Ianukovitch, no final de Fevereiro.
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