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terça-feira, 12 de agosto de 2014

Grupo Espirito Santo foi acciomista minoritário do Eurofin até 2009

Depois da PT e do Goldman, também o fundo Baros conseguiu fugir à última hora do BES
12 de Agosto de 2014

Empresa com sede em Lausanne nega ter vendido produtos estruturados ao grupo e ao Banco Espírito Santo

O presidente da sociedade de serviços financeiros suíça Euro­fin esclareceu que o Grupo Espí­rito Santo (GES) deteve uma participação minoritária de 20% no grupo entre 2004 e 2009. “Nessa data, os três prin­cipais accionistas, incluindo eu mesmo, comprámos as acções do grupo”, disse em entrevista ao “Le Matin Dimanche”, Alexander Cadosh.

Segundo o governador do Ban­co de Portugal, Carlos Costa, um dos factos que desencadea­ram a intervenção no Banco Espírito Santo foi a “realização de operações de colocação de títulos envolvendo o Banco Espí­rito Santo, o Grupo Espírito San­to e a Eurofin Securities (subsi­diária da Eurofin), que determi­naram um registo de perdas nas contas do BES no valor total de 1.249 milhões de euros”. Estas operações contribuíram para prejuízos surpresa de 1.500 milhões de euros, que agrava­ram os resultados semestrais.

“É possível que as autorida­des portuguesas estejam inte­ressadas na nossa empresa”, admitiu Alexander Cadosh. “Mas nunca houve qualquer contac­to nem pedido apresentado por essas mesmas entidades ao nos­so grupo.” Segundo a mesma fonte, a Eurofin assessorou o Grupo Espírito Santo nalguns serviços estruturados, nomea­damente aquando da criação de fundos de investimento no Luxemburgo, mas “nunca ven­demos produtos estruturados a clientes do GES ou do BES”,disse. O “Wall Street Journal num artigo publicado a semana passada, relacionou o de Lausanne com o GE enquanto o “The Times” de Sábado afirmava que as autoridades portuguesas mantinham um grande interesse no Eurofin.

A maior preocupação segundo o presidente do Eurofin, é saber de que forma é que os serviços do grupo foram utilizados e por isso estão a decorrer várias auditorias internas para aavaliação se existiram ou não operações ilegais feitas sem conhecimento da administração.

A ligação entre a Eurofin e o GES não foi apenas accionista. Francisco Machado da Cruz que foi o único auditor da Espirito Santo Internacional entre Junho de 2011 e início de 2012, era também administrador da Eurofin, tendo apresentado a demissão em Março.

FUNDO AMERICANO VENDEU A 31

Coincidências, seguramente. Depois da Portugal Telecom e do Goldman Sachs, ontem sou­be-se que o fundo de investimento norte-americano Baupost Group fugiu do BES à última hora. O fundo do milionário Seth A. Klarman detinha através da Baros, empresa regulada pela legislação do Luxemburgo, 2,15% do Banco Espírito Santo, mas deixou de ter acções naquela instituição a 31 de Julho. Em comunicado à Comissão do Mer­cado de Valores Mobiliários, o BES informa que, “no dia 6 de Agosto, a Baros, S.à.r.l. comuni­cou que deixou de deter uma participação qualificada no BES e que, a 31 de Julho de 2014, dei­xou de deter acções do BES”. A 3 de Julho, o grupo detinha mais de 127 milhões de acções do ban­co português.


O “New York Times” avançou ontem que os detentores de obri­gações subordinadas do Banco Espírito Santo que ficaram no bad bank (banco mau) estão a ponderar seriamente avançar com processos contra os regu­ladores portugueses. Tratam-se de hegde funds (fundos de inves­timento de alto risco) que fica­ram “furiosos” com a hipótese de perderem todo o investimen­to que fizeram no banco.

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