O Banco de Portugal detectou um esquema de dívida em carrossel nas empresas do GES, que data de 2008, semelhante a um esquema de Ponzi, em que as entradas de dinheiro novas serviam para pagar juros e dívidas anteriores. A dispersão destas dívidas por sociedades fora de Portugal, inacessíveis aos reguladores, dificultou a detecção.
"O Grupo Espírito Santo, através de entidades não financeiras não sujeitas à supervisão do Banco de Portugal, situadas em muitos casos em jurisdições de difícil acesso, desenvolveu esquemas de financiamento fraudulento entre as empresas do grupo”, disse o governador do Banco de Portugal numa declaração aos jornalistas, sem direito a perguntas, feita este domingo, 3 de Agosto.
Carlos Costa recorreu à "experiência internacional” para defender que "esquemas deste tipo são muito difíceis de detectar”. Tal só acontece quando já estão em ruptura. Nesse sentido, referiu que foi o Banco de Portugal a "identificar uma ponta do problema” quando pediu uma inspecção aos principais clientes dos principais bancos portugueses. Algo que ocorreu em Setembro de 2013.
Este domingo, Carlos Costa foi bastante incisivo sobre o que se passava em todo o universo Espírito Santo mas, nas últimas semanas, também já veio, por várias vezes, levantar dúvidas quando ao que foi feito no Banco Espírito Santo, nomeadamente referindo-se aos últimos dias de Ricardo Salgado na liderança da instituição.
O líder do regulador voltou a referir que foram praticadas "actuações que violaram claramente as determinações” do regulador e que agravaram os prejuízos do BES. Está em marcha uma auditoria forense para determinar responsabilidades individuais. "Caso se confirme a prática de ilícitos, serão extraídas as necessárias consequências em matéria contra-ordenacional e criminal”, concluiu
AV/DC
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