DECISÃO Carlos Costa,
no último domingo, quando anunciou a separação do BES em dois, o banco-bom e o
banco- mau foto José carlos carvalho
SONDAGEM
08 de Agosto
de 2014
TEXTO MARGARIDA CARDOSO
INFOGRAFIA CARLOS ESTEVES
A forma como os meios de comunicação social estão a cobrir a crise do BES influencia as respostas, diz o historiador Manuel Loff. O governador do banco de Portugal "conseguiu, de certa forma preservar-se", refere o politólogo António Costa Pinto
Metade dos
portugueses avalia de forma positiva a atuação
do Governador do
Banco de Portugal, Carlos Costa, na crise do grupo Espírito Santo, indica um estudo de opinião Expresso / SIC /
Eurosondagem.
SONDAGEM
Como avalia a atuação de Carlos Costa A forma como a justiça deteve Ricardo
e do BP na crise do BES? Salgado para interrogatório foi correta?
A nota positiva global, de 50%, sobe ligeiramente entre os homens (52,4%), com as mulheres a revelarem-se um pouco mais críticas, uma vez que só 47,7% dá nota positiva ao governador.
SONDAGEM
Como avalia a atuação de Carlos Costa A forma como a justiça deteve Ricardo
e do BP na crise do BES? Salgado para interrogatório foi correta?
A nota positiva global, de 50%, sobe ligeiramente entre os homens (52,4%), com as mulheres a revelarem-se um pouco mais críticas, uma vez que só 47,7% dá nota positiva ao governador.
Este voto de confiança dado por metade dos portugueses ao
Governador do Banco de Portugal reflete, na opinião do historiador Manuel Loff,
professor da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, a forma como os
meios de comunicação social estão a cobrir esta crise.
“Grande parte da informação prestada sobre o BES e a atuação do Governo e do Banco
de Portugal foi no sentido de preservar a sua atuação,
apresentando a
solução encontrada como a única possível para o mercado, para preservar o
sistema financeiro”, comenta.
“Para quem tem memória, é, no entanto, fácil prever que o
pior pode estar para vir, basta pensar no que se passou com o BPN, em que
também foi garantido que os contribuintes não iam pagar e a solução encontrada
era a única forma de preservar o sistema financeiro”, sublinha o historiador,
consciente de que a figura do Governador do Banco de Portugal está, em regra,
“preservada”.
Aliás, “basta recordar que no caso de Vítor Constâncio,
as críticas e ataques à sua atuação neste cargo só começaram a surgir
depois de deixar o Banco de Portugal”, sublinha.
Já o politólogo e historiador António Costa Pinto,
considera “curioso” o facto de 50% dos portugueses avaliar positivamente atuação do governador do
Banco de Portugal, que mostra, assim, ter "conseguido de certa forma preservar-se nesta crise".
“Tendo em vista a sua desconfiança relativamente ao
Estado, incluindo os mecanismos de regulação, e o sentimento comum de que os
poderosos têm uma margem de manobra maior, estes 50% parecem-me interessantes”,
afirma.
37,5% CONTRA A FORMA COMO A JUSTIÇA DETEVE RICARDO SALGADO
No caso da detenção de
Ricardo Salgado para interrogatório, a divisão dos portugueses é quase idêntica
ao primeiro caso e 50,8% consideram correta a forma como o banqueiro foi detido
para interrogatório.
Mais uma vez, as mulheres
mostram-se ligeiramente mais críticas, com 49,9% de respostas favoráveis à
forma como a justiça deteve Ricardo Salgado, enquanto o saldo favorável do lado
dos homens é de 51,8%.
Manuel Loff confessa
sentir-se “surpreendido por 37,5% dos portugueses terem dúvidas sobre a forma
como a justiça deteve Ricardo Salgado para interrogatório” e, mais uma vez,
considera que os meios de comunicação social e, os comentadores em especial,
terão tido um papel importante a influenciar a opinião pública.
“Houve um discurso corrente
dos comentadores em torno da ideia de que agora, depois, do banqueiro cair, quando já não tinha poder, é
que o tratavam desta forma”, comenta.
António Costa vê nestes 37,5% “o reflexo de um sentimento contraditório, talvez
combinando até alguma desconfiança sobre a necessidade de Ricardo Salgado ser
preso durante 12 horas para prestar declarações com uma associação à ideia de
que só depois de as pessoas perderem o poder é que são tomadas atitudes deste
tipo”.
“Se a pergunta fosse: acha
que Ricardo Salgado deve ser penalizado pelo que aconteceu no BES? A
percentagem de respostas afirmativas seria, provavelmente, esmagadora”, admite o
historiador e politólogo.
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