Quem tinha acções do
BES em carteira a 1 de Agosto, dia em que os títulos foram suspensos de
negociação, ficou a saber no dia 3 que perdeu todo o investimento realizado
nos títulos do banco, fruto do resgate a que o banco foi sujeito. Sabe que
perdeu, mas continua a ver os títulos na sua carteira. E o mesmo está a
acontecer a quem em vez de acções detinha derivados financeiros, como CFD ou
Warrants, sobre o BES.
“Passa-se o mesmo que
com os accionistas do banco. Estes derivados continuam nas carteiras dos
clientes, explicou Pedro Oliveira, operador na sala de mercados da GoBulling ao
Negócios. “Estes produtos estão nas carteiras dos investidores com a mesma
posição”, diz José Novo. “A negociação está suspensa” tanto relativamente a
“Contracts For Difference” (CFD)
como a Warrants, remata o gestor da Orey Financial.
A mesma situação é
relatada ao Negócios pela XTB Portugal, tomando-se
impossível aos detentores
destes produtos resgatarem o investimento. “Sendo um CFD, o ganho estará no
diferencial de preço de entrada e de saída do BES”, diz Tiago Cardoso, gestor
na XTB. Neste sentido, defende, “o cliente deveria ter acesso ao último preço”
dos títulos antes da suspensão de negociação em bolsa, que foi de 12 cêntimos.
Fechada a posição,
deveria ser esse o valor considerado. Contudo, como o CFD replica a acção do
BES, o preço actual é zero”, acrescenta o gestor da XTB. Mas ninguém disse,
ainda, oficialmente que é esse o valor que deve ser considerado, pelo que a
situação continua bloqueada. “Estamos à espera de novidades sobre o valor dos
títulos para desbloquear tanto CFD como Warrants do BES”, diz José Novo.
“Precisamos que a
CMVM explique qual é o valor que deve ser considerado para podermos desbloquear
esta situação”, diz Tiago Cardoso. Questionado se já há alguma perspectiva
sobre quando poderá ser conhecido esse valor, o responsável da XTB diz que “até
agora não há qualquer decisão”. ■
PAULO MOUTINHO
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