Nada mais eficaz para a degradação de um país, do que aliar ao poder económico o poder politico, e abençoar ambos, com a cegueira e a inércia da justiça.
Encontrei este artigo que achei interessante partilhar para percebermos como, lentamente, nos tornamos servos da banca e dos políticos, que na realidade representam ambos a mesma entidade: aquela que insiste em oprimir e submeter os cidadãos aos interesses da corja que detém o poder em Portugal.
"A Universidade Lusófona fez um apelo pouco ortodoxo aos seus colaboradores: que passassem a ser clientes do Banco Espírito Santo e que, além disso, aderissem a um determinado cartão daquela entidade bancária. A razão para este ‘pedido’ é simples: a Universidade em causa está a renegociar o financiamento do BES e este exige, em troca, cem novas contas.
E esta chantagem foi explicada, em carta e sem rodeios e secretismos, aos que trabalham para a Lusófona.
A Universidade tinha oito dias para angariar cem novos clientes para o BES.
Não discuto aqui a legalidade desta forma de ‘marketing’, que passa por fazer chantagem sobre empregadores para estes fazerem chantagem sobre empregados. Se é legal, não devia ser.
Porque é imoral.
Mas já nada me espanta. A crise económica deu todo o poder aos chantagistas.
Na Europa e em Portugal, já quase todos aceitam a cobardia como um comportamento aceitável e até merecedor de louvor.
A Europa faz chantagem sobre Portugal, o Governo faz chantagem sobre os portugueses, os bancos fazem chantagem sobre as empresas, as empresas fazem chantagem sobre os trabalhadores.
E o medo é a máquina que faz Portugal funcionar.
O que o BES exige à Lusófona e a Lusófona exige aos seus colaboradores é apenas mais um episódio na nossa degradação moral.
Quem pode, aproveita-se da crise.
Quem deve, aceita e cala-se.
E o exemplo, no abuso e na cobardia, vem de cima."
(Daniel Oliveira, no Expresso)
Sem comentários:
Enviar um comentário