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sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Como a política pode influenciar nos próximos meses

RUI BARROSO
rui.barroso@economico.pt
20 de novembro de 2014 - 14:50
Da crise russa à subida dos sentimentos nacionalistas são muitos os temas de geopolítica que podem afectar os mercados. O Nomura divulgou uma lista.

O aumento do sentimento nacionalista é um dos fatores que, segundo o banco nipónico, tem gerado maiores tensões geopolíticas e que continuará a gerar preocupações entre os investidores. Além disto, também a indefinição das políticas dos bancos centrais poderá causar incerteza no mercado.

"Após cerca de 12 meses de relativa estabilidade e previsibilidade, o ‘timing' e a magnitude das próximas decisões tanto do BCE como do Fed são incertos", constata o Nomura. "Isto poderá aumentar a aversão ao risco e levar a uma volatilidade inspirada em factores políticos".
Mas não são apenas estes dois temas que poderão criar problemas aos investidores nos próximos tempos. Existem outros factores com potencial para impactarem o mercado.

Zona Euro
Em primeiro lugar, o Nomura refere a situação política em Espanha, com o potencial de "haver uma crise constitucional devido à questão da independência da Catalunha". Além disso, o banco refere que "a incerteza política aprofundou-se com a ascensão do recém-formado partido de esquerda Podemos, que lidera as sondagens".

Os analistas do banco argumentam que "os mercados não estão a incorporar no preço o potencial para uma crise política em Espanha, portanto podem ser apanhados de surpresa".

Além de Espanha, o Nomura também coloca a possibilidade de eleições antecipadas na Grécia e a decisão do Tribunal Europeu de Justiça sobre o OMT, programa de compra de dívida pública do BCE, como factores que poderão pressionar os mercados.

Rússia
Na crise russa, a probabilidade de novas sanções do Ocidente a Moscovo é elevada, segundo o Nomura. Até ao momento, os analistas do banco de investimento não notam oposição interna relevante às políticas do Kremlin, "apesar das consequências económicas [das sanções], conjugadas com a queda dos preços do petróleo". Mas o banco alerta que, "como vimos em Moscovo no final de 2011, existe potencial para tumultos civis".

Reino Unido
Os britânicos vão a votos em Maio do próximo ano e para o Nomura serão as eleições com maior incerteza desde 1992. Além da indefinição política, o banco alerta para "o aumento da probabilidade de um referendo sobre o sim ou não à União Europeia durante a próxima legislatura". E não exclui um segundo referendo na Escócia.

China
O Nomura espera que a economia chinesa continue a abrandar apesar das recentes reformas tomadas por Pequim. Além disso, considera como provável que a continuação das tensões sociais leve o governo chinês a bater na tecla do nacionalismo. Isso poderia conduzir a um agravamento das relações com o Japão, nomeadamente na disputa das fronteiras marítimas.

Japão
Além das tensões com a China, o Japão enfrenta testes à política económica delineada por Shinzo Abe. O primeiro-ministro japonês marcou eleições antecipadas para ganhar algum tempo para ver o efeito do seu programa económico. Mas o Nomura alerta para o risco do partido do governo perder força no parlamento, o que enfraqueceria a posição do primeiro-ministro para tomar medidas para reanimar a economia.

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