RUI BARROSO
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Os analistas das agéncias de «rating» lançam dúvidas sobre a meta do défice para o próximo ano e têm perspectivas de crescimento ligeiramente mais negativas que as do Governo.
A Standard & Poor's veio-se juntar ao FMI e à Comissão Europeia, lançando dúvidas sobre a meta do défice definida pelo Governo para o próximo ano. O Executivo prevê que o défice atinja 2,7% em 2015, mas, segundo a S&P, a expectativa poderá ser demasiado optimista.
"Apesar da recuperação económica ajudar a diminuir o défice nesse período, pensamos que o governo pode não atingir as metas ambiciosas para o défice de 2,7% em 2015 e de 2,1% em 2016", referiu a agência.
A S&P refere que o aumento da receita fiscal e a diminuição do desemprego terão um impacto positivo no défice, mas estimam que o crescimento poderá não ser suficiente para que as metas do governo sejam cumpridas.
"Estimamos um crescimento ligeiramente inferior para o PIB em relação ao PIB", referem.
O Governo prevê um crescimento de 1,5% no próximo ano, o que compara com a estimativa de 1,3% da S&P. No entanto, a agência de notação adverte que há riscos para esse crescimento. "Acreditamos que persistem riscos tanto para o PIB real como nominal. No entanto, em grande parte são devidos a factores externos. A procura externa enfraqueceu na maior parte dos principais parceiros comerciais, tanto fora como dentro da zona euro", explica a agência.
Além do crescimento poder não ser suficiente para se cumprir a meta de 2,7% do défice, a S&P realça que esse objectivo pode também ficar difícil de atingir devido ao calendário eleitoral. "Esperamos que as legislativas de 2015, os desafios sócio-económicos e a substancial menor pressão do mercado possam levar a derrapagens tanto nas políticas orçamentais como estruturais", refere a S&P. Acrescenta que "tal pode comprometer os objectivos do governo para a trajectória do défice e do crescimento".
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