Henrique Granadeiro, presidente
da Portugal Telecom, reúne esta quinta-feira o conselho de administração
ALEXANDRA MACHADO
amachado@negocios.pt
10 de Julho de 2014
O conselho de administração da Portugal Telecom vai reunir-se e discutirá a solução para o papel comercial da RioForte. Mas só depois de haver desfecho é que a associação de investidores decide o que irá fazer, mas admite processos.
O conselho de administração
da Portugal Telecom, já sem os seus representantes brasileiros, vai reunir-se
esta quinta-feira, 10
de Julho, apurou o Negócios.
Uma reunião que não
foi marcada com carácter extraordinário, mas que acontece num momento em que a
Portugal Telecom está sob os holofotes por ter subscrito 900 milhões de euros de
dívida da Rioforte.
As opções de solução
serão debatidas na reunião desta quinta-feira, que não terá representantes
brasileiros, já que Otávio Azevedo e Fernando Portella renunciaram ao cargo.
A Portugal Telecom já
assumiu estar empenhada numa solução, que será encontrada juntamente com o GES e
a Oi.
Essa subscrição não
foi decidida no conselho de administração da operadora, que considerou não se
tratar de uma transacção com partes relacionadas. Esta é, aliás, uma das
dúvidas que levaram a CMVM, polícia do mercado de capitais nacional, a abrir
uma investigação formal ao caso, avançou o Expresso. A CMVM diz-se
atenta ao caso. A PT
garante não ter conhecimento dessa averiguação.
Accionistas admitem acção, mas esperam
Até à próxima semana,
altura em que termina a maturidade do papel comercial da Rioforte subscrito
pela PT, tem de haver uma solução.
A própria PT informou
que 847 milhões de euros do papel comercial da Rioforte têm de ser
reembolsados até 15 de Julho e 50 milhões a 17 de Julho.
E essa a data que os
accionistas minoritários estão a dar para decidirem se há acções que se podem
tomar.
Neste momento,
Octávio Viana, da associação dos investidores do mercado de capitais (ATM),
diz ser prematuro dizer o que poderá acontecer. “Estamos a acompanhar o caso
e a recolher a máxima informação possível”, começando a admitir que “podemos
vir a processar a gestão da PT caso se venha a demonstrar que não foram
diligentes ou não cumpriram com o seu dever fiduciário”.
Estamos a acompanhar
o caso e a recolher a máxima informação possível.
OCTÁVIO VIANA
Presidente da ATM
Os advogados
especializados em direito societário contactados pelo Negócios, e que quiseram
manter o anonimato, admitem poder haver matéria para processos judiciais, ainda
que só vejam pernas para andar em caso de a PT incorrer numa perda com o papel
comercial. Processos que até podem ser mais graves nos EUA. A SEC, supervisor
do mercado norte-americano, tem-se escusado a comentar o caso.
Há, no entanto, quem
admita que em Portugal pode ser difícil constituir um caso ou pelo menos
levá-lo a bom porto. Difícil seria provar dolo na constituição da aplicação,
mas poderia haver negligência. E privilégio de um acionista, se se provar
juridicamente relação entre a RioForte e o accionista da PT ligado ao BES.
Mas “sem
incumprimento, a base jurídica para uma acção será limitada”, admite um dos juristas.
Sem comentários:
Enviar um comentário