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quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Os segredos da teia dos Espirito Santo

6 a 12 de novembro de 2014
Por Ana Taborda, Fernando Esteves, Maria Espirito Santo, Pedro Jorge Castro, Sara Capelo e Vitor Matos
ESCÂNDALO BES: Comissão de inquérito vai começar



Dos 50 mais poderosos de Portugal, 15 preparam-se para revelar tudo o que sabem sobre o BESgate. Muitos dos inquiridos nunca mostraram o seu rosto - e seguramente nunca pensaram vir a ser interrogados desta forma

Ricardo Salgado, Paulo Portas, Zeinal Bava, Maria Luís Albuquerque, Vítor Gaspar, Teixeira dos Santos.

Mais no­mes? Vítor Constâncio, José Maria Ricciardi, José Manuel Espírito Santo, An­tónio Pires de Lima, Pedro Queiroz Pe­reira.

Ainda mais? Álvaro Sobrinho, Carlos Moedas, Henrique Granadeiro, Marques Mendes, Artur Santos Silva, António Mexia.

A lista dos poderosos que, a partir do próximo dia 17 de Novembro, começarão a ser inquiridos no parlamento a propósito do colapso do Grupo Espirito Santo (GES) parece não ter fim.

Quinze dos convocados apareceram na lista dos 50 mais po­derosos de Portugal publicada pelo Jornal de Negócios.

Ao todo, aquela que já é considerada a maior e uma das comissões de inquérito mais importantes da história da democracia portuguesa - e que é constituída por 24 deputados - planeia ouvir 119 pessoas nos próximos quatro meses, que poderão ser prolongados por mais 90 dias.

No total, entrarão em acção 143 pessoas.

Algumas delas nunca foram vistas assim pelos portugueses, como a discreta Maria do Carmo Moniz Galvão, que foi até ao ano passado a mulher mais rica do País.

Maude Queiroz Pereira, irmã do presidente da Semapa, o contabilista Francisco Machado da Cruz. para quem Ri­cardo Salgado atirou as culpas, e o construtor José Guilherme, que deu a “prenda" de 14 milhões de euros ao banqueiro.

Na mira dos deputados estão os esquemas alegadamente duvidosos que resultaram num dos maiores desastres financeiros de sempre em Portugal, com consequências im­previsíveis para os portugueses, que foram in­formados recentemente por Pedro Passos Coe­lho de que inevitavelmente seriam penalizados com a solução encontrada para o Novo Banco.

Abundam as perguntas por responder.

Uma: Ricardo Salgado, presidente do Banco Espírito Santo e líder de uma das famílias mais poderosas dos últimos 75 anos em Portugal, cometeu ou não graves ilegalidades na gestão do banco?

Mais uma: há quanto tempo tinham o Governo e o Banco de Portugal conhecimento da situação e porque não actuaram an­tes?

Outra: Zeinal Bava tinha ou não conhecimento de que a Portugal Telecom aplicara 897 milhões de euros na Rioforte, uma empresa do GES que se encontrava tecnicamente falida?

Mais outra: como construiu Ricar­do Salgado a enorme teia de relações - políticas, pes­soais, empresariais que lhe permitiu tornar-se o homem mais poderoso de Portugal?

Outra ainda: qual é o grau de responsabilidade de cada um dos membros de topo da família Espírito Santo nas ilegalidades alegadamente cometidas à frente dos destinos do GES?

Para estas e muitas centenas de outras interrogações os partidos representados na Assembleia da República - e os portugueses de uma forma geral - esperam obter respostas por parte dos inquiridos. Conseguirão? 

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